Romarinho, Ygor Catatau e Gabriel Neri estavam afastados havia mais de dois anos por envolvimento em esquema de apostas; trio cumpriu as exigências do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, segundo o tribunal
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) autorizou o retorno ao futebol profissional de Ygor Catatau, Gabriel Neri e Romarinho, afastados há mais de dois anos por envolvimento em esquema de manipulação de resultados investigado na Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás.
Segundo o STJD, os jogadores cumpriram todos os requisitos previstos no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), incluindo pagamento de taxas administrativas, exercício de atividade profissional ou escolar e apresentação de declarações de pessoas de reconhecida idoneidade no esporte. Com isso, o Pleno do tribunal deferiu o pedido de reabilitação, previsto no artigo 99 do CBJD, que permite a reintegração ao esporte após dois anos da decisão judicial, desde que a documentação exigida seja apresentada.
O julgamento ocorreu na sede do STJD, no Rio de Janeiro, e contou com a presença dos atletas. O subprocurador-geral Eduardo Ximenes se manifestou a favor da reabilitação: “Não há outra interpretação possível senão pelo pleno cumprimento dos requisitos. É essencial que os atletas tenham a oportunidade de retomar suas carreiras.”
Ygor Catatau, ex-Vasco, teve sua defesa conduzida pela advogada Ana Linhares, que apresentou 18 declarações de pessoas ligadas ao esporte e comprovante de atuação como instrutor de futevôlei. “Ygor está há dois anos e dois meses fora do futebol, é casado e pai de quatro filhos. O esporte é um caminho de reintegração social e profissional”, afirmou Linhares.
Gabriel Neri, ex-Juventude, e Romarinho, ex-Vila Nova, também tiveram os pedidos de reabilitação aprovados. O advogado Vitor Amado declarou: “Esses atletas reconheceram os erros, cumpriram suas penas e agora têm direito a retomar suas atividades profissionais.”
A Operação Penalidade Máxima começou após denúncias de que Romarinho teria aceitado proposta de R$ 150 mil para cometer um pênalti em partida contra o Sport, recebendo adiantamento de R$ 10 mil. Como não foi escalado para o jogo, tentou envolver outros colegas no esquema, o que levou a investigação. As provas foram reunidas pelo presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, e encaminhadas ao Ministério Público.

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A decisão do STJD ocorre pouco depois da condenação de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, pela 1ª Comissão Disciplinar, por manipulação em jogo contra o Santos em 2023. Ele foi punido com 12 partidas de suspensão e multa de R$ 60 mil, podendo recorrer ao Pleno do STJD e, posteriormente, à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicada por Felipe Cerqueira
Fonte: Jovem Pan