O ditador da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (3) que está disposto a se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se este viajar a Moscou.
“Se Zelensky está preparado [para se reunir], que venha a Moscou e esta reunião acontecerá”, disse o chefe do Kremlin em uma coletiva de imprensa em Pequim, onde participou dos festejos por ocasião do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Ásia.
Putin, cuja participação na coletiva com os meios de comunicação russos foi transmitida ao vivo pela televisão, reconheceu que o presidente americano, Donald Trump, havia pedido para que ele realizasse uma reunião com Zelensky.
“Donald me pediu para realizar tal encontro, se fosse possível. Respondi que sim, é possível”, declarou.
Putin alegou que nunca descartou a possibilidade de uma reunião com Zelensky, embora tenha se perguntado se esta teria “algum sentido”.
Durante a coletiva, o ditador russo pôs em dúvida a legitimidade do líder ucraniano por permanecer no cargo além do mandato presidencial, devido à decretação da Lei Marcial no país em razão da guerra.
Quanto à possibilidade de elevar o nível da representação no grupo negociador com a Ucrânia, Putin disse que a Rússia está preparada para isso, ao mesmo tempo que se mostrou satisfeito com o trabalho do atual chefe negociador e assessor presidencial russo, Vladimir Medinsky.
Poucas horas depois, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, descreveu como inaceitável a proposta feita por Putin de realizar em Moscou a reunião com Zelensky.
“Neste momento, pelo menos sete países estão prontos para sediar uma reunião entre os líderes da Ucrânia e da Rússia para acabar com a guerra”, escreveu Sybiha no X, observando que Áustria, Vaticano, Suíça, Turquia e três países do Golfo Pérsico se ofereceram para sediar a reunião.
Sybiha classificou essas opções como “sérias” e reafirmou a prontidão de Zelensky para que a reunião ocorra a qualquer momento em qualquer um desses lugares.
“Apesar disso, Putin continua a enrolar todos, fazendo propostas que ele sabe que são inaceitáveis”, disse o ministro ucraniano, que acrescentou que somente o aumento da pressão internacional sobre a Rússia fará com que o ditador russo “finalmente leve a sério” o processo de paz que os Estados Unidos estão tentando levar adiante.
FonteGazeta do Povo