A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou nesta terça-feira, 2, os resultados econômico-financeiros do setor de planos de saúde referentes ao primeiro semestre de 2025. De acordo com os dados enviados pelas operadoras e administradoras de benefícios, o lucro líquido somou mais de R$ 10 bilhões, crescimento de cerca de 130% em relação ao mesmo período de 2024.
Esse valor representa mais de 5% da receita total do setor no período, que alcançou R$ 190 bilhões. Segundo a ANS, “para cada R$ 100 de receitas, o setor auferiu cerca de R$ 6,80 de lucro ou sobra”. O resultado é o maior da série histórica desde 2018 e supera inclusive o desempenho observado durante a pandemia de Covid-19.
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Resultado operacional e financeiro da saúde
As operadoras médico-hospitalares, que concentram a maior parte do setor, responderam por mais de R$ 10 bilhões do lucro líquido. O resultado foi impulsionado tanto pelo desempenho operacional como pelas receitas financeiras.
O resultado operacional, definido pela diferença entre as receitas e despesas relacionadas diretamente à operação de saúde, foi de mais de R$ 5 bilhões, aumento de aproximadamente 155% em comparação ao mesmo período de 2024. Esse montante é o maior desde 2021 e foi puxado principalmente pelas empresas de grande porte.
Já o resultado financeiro superou os R$ 5 bilhões, avanço de 55% diante do ano anterior. Segundo a ANS, o cenário de juros elevados favoreceu a remuneração das aplicações financeiras das operadoras, que totalizaram R$ 130 bilhões em junho de 2025.
Desempenho por porte e modalidade
As operadoras de grande porte registraram lucro líquido agregado de quase R$ 10 bilhões, alta de pouco menos de 115% em relação a 2024. As de médio porte tiveram a maior variação porcentual, com aumento de mais de 600%, um total de R$ 2 bilhões.
No entanto, o segmento de autogestões apresentou prejuízo operacional de R$ 1,2 bilhão no semestre, número 10% maior que o observado no mesmo período do ano passado.
Sinistralidade em queda
A taxa de sinistralidade, que mede o porcentual da receita destinado a despesas assistenciais, foi de cerca de 80% no primeiro semestre. O índice representa queda de mais de dois pontos porcentuais em relação a 2024 e é o menor para um primeiro semestre desde 2018, exceto em 2020, quando a pandemia reduziu temporariamente a utilização dos serviços.
De acordo com a ANS, a redução se deve principalmente ao reajuste das mensalidades em proporção superior à variação das despesas assistenciais, tendência observada desde 2023.
Panorama do setor de saúde
No total, mais de 75% das operadoras encerraram o semestre com resultado líquido positivo, porcentual oito pontos maior que no ano passado. Isso equivale a mais de 600 entidades com saldo favorável.
Para Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, “os números do primeiro semestre de 2025 mostram um resultado histórico para a saúde suplementar: aumento do resultado operacional, redução da sinistralidade e manutenção de receitas financeiras robustas”, declarou. “Esse conjunto de fatores contribui para a sustentabilidade econômico-financeira do setor, o que é fundamental para garantir a continuidade da assistência a mais de 50 milhões de beneficiários.”
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Fonte: Revista Oeste