A nova rodada do levantamento do Paraná Pesquisas de agosto divulgada nesta segunda (25) mostra uma queda na desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dois meses. Apesar da melhora, o petista ainda é avaliado negativamente por mais da metade dos entrevistados:
- Desaprova: 53,6%, ante 56,7% em junho;
- Aprova: 42,9%, ante 39,8%;
- Não sabe/não opinou: 3,5% nos dois levantamentos.
O Paraná Pesquisas ouviu 2.020 eleitores entre os dias 17 e 21 de agosto em 163 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
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A redução da desaprovação ao governo Lula se refletiu nas intenções de voto para as eleições de 2026, em que o petista ganhou uma leve vantagem sobre os demais candidatos em uma disputa de primeiro turno, mas segue empatado tecnicamente no segundo turno com Jair e Michelle Bolsonaro (PL) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo.
Segundo o Paraná Pesquisas, a desaprovação a Lula é maior no Norte/Centro-Oeste (55,6%), Sudeste (57,2%) e Sul (61,6%). A aprovação é maior apenas no Nordeste (54,4%).
No detalhamento da avaliação, a avaliação ruim/péssima soma 44,6%, enquanto que a ótima/boa chega a 29,6%:
- Ótima: 11,7%;
- Boa: 17,9%;
- Regular: 24,6%;
- Ruim: 9,3%;
- Péssima: 35,3%;
- Não sabe/não opinou: 1,1%.
A desaprovação a Lula é maior entre os homens (57,7%), dos 35 aos 44 anos (58,2%), com ensino superior completo (61%) e evangélicos (63,6%). Este grupo religioso é o mais oposicionista ao petista, com forte apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O governo vem tentando se aproximar dos evangélicos desde o início deste terceiro mandato de Lula e, mais recentemente, a primeira-dama Janja da Silva tomou a dianteira dos diálogos e passou a participar de eventos dessa denominação religiosa. Desde meados de julho, ela tem se reunido com estes grupos e, ainda, a outras religiões de matriz africana.
O governo tentou, durante os dois primeiros anos deste terceiro mandato de Lula, se aproximar dos evangélicos com um discurso mais aberto de citações religiosas, empreendedorismo e prosperidade, inclusive com a adoção do lema “Fé no Brasil” em meados de 2024 e uso recorrente de palavras como “milagre”, “obra de Deus” e “ato de fé”.
“Se vocês não acreditassem, não tivessem fé, jamais teriam votado para presidente da República em um pernambucano que não tem diploma universitário, que só tem diploma primário”, disse Lula em um evento na época.
No entanto, o tema acabou sendo deixado de lado nos últimos meses em meio à defesa da soberania nacional contra a ofensiva do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, ao país por causa do julgamento de Bolsonaro no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
FonteGazeta do Povo