O Banco de Brasília (BRB) optou por não prosseguir com recursos contra a decisão do Banco Central que vetou a aquisição do Master.
Integrantes da direção do BRB consideram que eventuais mudanças na proposta original dificilmente fariam o regulador mudar de posição, descartando também interesse em participar de uma eventual liquidação do Master. O banco, porém, ainda avalia cenários para possíveis novas tentativas de compra no futuro.
Na quarta-feira 3, algumas horas antes de o veto ser oficializado, o BRB enviou ao Banco Central um ofício sugerindo abertura para ajustes na operação, disposto a atender possíveis exigências adicionais. A iniciativa, contudo, não surtiu efeito, pois o Banco Central comunicou na mesma noite a reprovação definitiva da transação.
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Nem o BRB nem o Banco Central comentaram o desfecho da negociação. Sem acordo, cresce o risco de o Master sofrer intervenção, permanecer sob administração do BC ou até ser liquidado, com fechamento e venda dos ativos.
Fontes ligadas ao BRB afirmam ao Estadão que a liquidação não interessa à instituição, que mirava apenas a operação do Master.
O BC tinha até um ano para analisar o caso, mas buscava uma decisão rápida. O negócio, revelado em março, movimentou o setor pela ligação do dono do Master, Daniel Vorcaro, com o “centrão” do Congresso Nacional e pelo risco das operações com precatórios e CDBs.
Banco Central não divulgou motivos do veto da compra do Banco Master pelo BRB
O Banco Central ainda não detalhou publicamente os motivos do veto, mas interlocutores indicam quatro pontos principais: risco de sucessão, preocupações com a qualidade dos ativos do Master, falhas na proposta apresentada e questões apontadas durante a auditoria feita pelo BRB no Master.
Depois de mais de cinco meses de análise, o Banco Central rejeitou o acordo anunciado em 28 de março, que previa a compra de parte do Master pelo BRB, condicionado à aprovação do regulador. Especialistas avaliavam o negócio como uma espécie de socorro ao Master, que cresceu rapidamente, mas com modelo de negócios considerado arriscado.
O Master captava recursos prometendo alta rentabilidade em CDBs, respaldados pelo Fundo Garantidor de Créditos, e direcionava tais valores para ativos de baixa liquidez, como precatórios, direitos creditórios e ações de empresas em dificuldades.
Detalhes da proposta e análise dos ativos
Em declaração ao Estadão, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, informou que o escopo da operação foi reduzido pela metade depois de análise dos ativos. Inicialmente, o BRB incorporaria R$ 48 bilhões em ativos do Master, mas o valor caiu para R$ 23,9 bilhões, o que especialistas apontam como fragilidade do negócio, já que muitos ativos foram descartados.
A proposta original do BRB previa a aquisição de 49% das ações ordinárias, com direito a voto, e a totalidade das ações preferenciais, sem direito a voto, por um valor estimado em R$ 2 bilhões.
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Fonte: Revista Oeste