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Argentina denuncia interferência estrangeira nas eleições

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O governo da Argentina denunciou nesta segunda-feira (1º) uma “operação de inteligência estrangeira ilegal destinada a desinformar e desestabilizar o processo eleitoral” antes das eleições legislativas que estão previstas para ocorrer entre este mês e outubro. A acusação foi apresentada pelo Ministério da Segurança à Justiça Federal e divulgada pela Assessoria de Imprensa Presidencial.

Segundo comunicado oficial, a ação teria envolvido “influências estrangeiras” com métodos comparados a “operações atribuídas a interesses russos e chavistas”.

“Esta campanha de desinformação responde a influências estrangeiras, com padrões semelhantes a operações atribuídas a interesses russos e chavistas”, afirmou a Assessoria em nota publicada na rede social X.

A denúncia ocorre após a divulgação, na sexta-feira (29), de novos áudios atribuídos a Karina Milei, secretária-geral da Presidência e irmã do presidente Javier Milei. O material foi publicado pelo jornalista Mauro Federico no canal de streaming Carnaval, que afirmou ter cerca de 50 minutos de gravações.

Esses novos áudios surgem em meio ao escândalo de corrupção envolvendo a Agência Nacional de Deficiência (Andis). Em vazamentos anteriores, um funcionário da agência descreveu um esquema de propinas que teria Karina Milei como beneficiária. Já os trechos revelados na sexta-feira pelo jornalista Mauro Federico não fazem referência direta à Andis, mas expõem disputas internas na coalizão governista A Liberdade Avança. Para o governo, a divulgação escalonada das gravações é parte de uma manobra para associar artificialmente a irmã do presidente ao caso de corrupção e, assim, “condicionar ilegitimamente” o processo eleitoral.

Diante do vazamento, a Casa Rosada pediu à Justiça que impedisse a circulação das gravações. O pedido foi aceito, e uma ordem cautelar determinou “o fim da divulgação unicamente de áudios gravados na Casa de Governo da Nação”.

Além disso, o Ministério da Segurança solicitou mandados de busca e apreensão na residência do jornalista Mauro Federico, no domicílio de outro apresentador do Carnaval, Jorge Rial, e nas instalações do próprio canal. A denúncia também citou Pablo Toviggino, tesoureiro da Associação do Futebol Argentino (AFA), apontado como ligado à plataforma, e pediu medidas contra o empresário de mídia Franco Bindi. No documento, Bindi é descrito como “advogado ligado a agentes inorgânicos de inteligência e companheiro da deputada nacional Marcela Pagano, que há meses conspira para enfraquecer e boicotar sistematicamente o espaço político (LLA) que lhe permitiu conquistar sua cadeira”.

Marcela Pagano, que foi eleita deputada pelo partido de Milei mas posteriormente rompeu com o bloco governista para formar uma bancada dissidente, reagiu às acusações em entrevistas à imprensa local. Ela negou qualquer envolvimento na divulgação dos áudios de Karina e devolveu a acusação, atribuindo a responsabilidade pela crise ao chefe de Gabinete, Guillermo Francos, a quem acusou de conduzir uma “guerra de espionagem” dentro do governo.



FonteGazeta do Povo

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