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Trump ironiza encontro entre Xi, Putin e Kim durante desfile

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ironizou nesta terça-feira (2) o encontro entre o líder da China, Xi Jinping, o ditador da Rússia, Vladimir Putin, e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. Em publicação na Truth Social, feita enquanto os três mandatários participavam de um desfile militar em Pequim, Trump lembrou o apoio americano à China durante a Segunda Guerra Mundial e comentou sobre a aproximação entre os regimes hostis a Washington.

“A grande questão a ser respondida é se o presidente Xi da China mencionará a enorme quantidade de apoio e de ‘sangue’ que os Estados Unidos da América deram à China para ajudá-la a garantir sua LIBERDADE de um invasor estrangeiro muito hostil. Muitos americanos morreram na busca da China por Vitória e Glória. Espero que sejam devidamente homenageados e lembrados por sua bravura e sacrifício!”, escreveu.

O republicano ironizou a união de Xi com Putin e Kim no desfile.

“Desejo que o presidente Xi e o maravilhoso povo da China tenham um grande e duradouro dia de celebração. Por favor, deem minhas mais calorosas saudações a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos da América”, afirmou Trump. Os EUA foram aliados da China no combate contra as tropas japonesas que ocupavam seu território. Durante a Segunda Guerra, a China ainda não estava sob liderança do Partido Comunista, que só alcançaria o poder em 1949.

O desfile militar chinês ocorreu nesta quarta-feira (3) (ainda era noite de terça nos EUA) na Praça da Paz Celestial, em Pequim, diante de mais de 50 mil espectadores e representantes de 26 países. Segundo a CNN, Xi Jinping liderou a parada militar de 70 minutos ao lado de Putin e Kim, em um gesto inédito que especialistas apontam como um recado direto à Casa Branca. O desfile militar serve para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico e a vitória chinesa contra a invasão feita pelo Japão.

Durante o evento, Xi exaltou a força da China.

“A nação chinesa é a grande nação que nunca é intimidada por nenhum agressor”, disse o líder comunista ao público.

Entre os equipamentos exibidos no desfile estavam mísseis hipersônicos, veículos não tripulados aéreos, terrestres e submarinos, além de lasers de defesa – parte de um arsenal modernizado que Pequim vem desenvolvendo sob a liderança de Xi. O novo míssil intercontinental DF-61, ainda não apresentado ao público, também foi destaque.

De acordo com especialistas ouvidos pela CNN, a China buscou demonstrar neste desfile não apenas avanços tecnológicos no campo militar, mas também a capacidade industrial de produzir armas em larga escala, algo que, no longo prazo, pode ser uma ameaça aos EUA.

Além de Putin e Kim, também marcaram presença no desfile militar de Xi líderes de países como Irã, Armênia, Azerbaijão, Belarus, Camboja, Cuba, Indonésia, Malásia, Paquistão, Sérvia, Eslováquia e Vietnã, além de representantes de Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. O Brasil foi representado pela ex-presidente Dilma Rousseff, agora presidente do banco de desenvolvimento do Brics, e pelo assessor especial de Lula, Celso Amorim.

O desfile, segundo a CNN, também funcionou como uma vitrine do projeto de Xi para vender ao mundo seu Exército de Libertação Popular como uma “força de classe mundial” capaz de rivalizar e, eventualmente, superar os EUA.

O assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, que esteve com Putin no encontro com Xi em Pequim, respondeu diretamente à ironia de Trump na Truth Social.

“Ele [Trump] novamente disse, não sem ironia, que supostamente esses três [líderes] tramam uma conspiração contra os Estados Unidos. Quero dizer que ninguém tramou conspiração alguma, ninguém teceu complô algum”, afirmou em entrevista à emissora pública russa.

Ushakov reforçou que a ideia de um complô contra os EUA sequer foi cogitada no encontro.

“A ninguém, a nenhum dos três líderes, passou pela cabeça fazer isso”, disse.

Segundo o diplomata, os comentários de Trump nas redes sociais foram vistos em Moscou como sarcasmo. Ele ressaltou que o Kremlin tem plena consciência do papel que os Estados Unidos e o governo Trump exercem no cenário internacional.



FonteGazeta do Povo

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