Um forte esquema de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) e a presença de 501 jornalistas do Brasil e de outros países marcaram o primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus na Primeira Turma da Corte pela suposta tentativa de golpe. Apenas um dos oito réus do Núcleo 1 acompanhava o julgamento presencialmente. A análise da Ação Penal 2668 também atraiu atenção de parlamentares da esquerda, estudantes de Direito, advogados e do público em geral.
Pelo menos 50 homens da Polícia Judicial portando forte armamento, manuseando drones e conduzindo cães farejadores se concentraram na área em frente à entrada do anexo onde fica o plenário da Primeira Turma. Uma varredura policial foi feita em toda a região da Esplanada dos Ministérios, numa parceria entre as polícias do Distrito Federal, antes do início do julgamento. Além disso, uma série de policiais e viaturas seguem nas áreas do entorno do STF durante todo o dia.
Apesar do forte policiamento, nenhum ato de manifestantes foi visto nesta terça-feira nos arredores do tribunal. Protestos da direita e da esquerda foram realizados perto da casa de Bolsonaro. Em frente ao STF, a maior parte da movimentação vista era de jornalistas, advogados e alguns estudantes de Direito que foram acompanhar o julgamento.
No plenário da Primeira Turma, onde ocorre o julgamento de fato, há 126 cadeiras para integrantes das defesas dos réus e jornalistas. Mas um segundo plenário com o mesmo número de lugares foi reservado para advogados de outros núcleos da ação penal e para o público em geral. Assim, cerca de 300 pessoas acompanham o julgamento dentro do STF.
Mas, ao todo, a Suprema Corte informou ter recebido aproximadamente 3,3 mil inscrições do público em geral para acompanhar o julgamento no tribunal. Os inscritos serão divididos durante os cinco dias de análise do caso. Além desta terça-feira (2), os réus do Núcleo 1 também serão julgados nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro.
Quanto à imprensa, o STF informou que 501 jornalistas foram credenciados pelo STF para acompanhar o julgamento, dos quais 45 seriam de veículos internacionais. Mas somente 80 profissionais de imprensa tiveram acesso ao plenário e metade dessas vagas foi destinada à imprensa internacional, que foi representada por veículos de diferentes países, entre eles a Al Jazeera (Catar) e BBC Internacional (Reino Unido).
Deputados de esquerda – como Lindbergh Farias (PT-RJ), Pedro Uczai (PT-SC), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS) – também se cadastraram para acompanhar o julgamento e estiveram no STF nesta manhã.
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Sobre os réus, o único que acompanhava o julgamento presencialmente era o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Inicialmente, havia a expectativa de que Bolsonaro pudesse estar presente, mas não houve pedido ao STF para que ele pudesse ir à sede da Corte. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar e precisaria de autorização judicial para comparecer ao julgamento da Primeira Turma.
Além de Bolsonaro, os demais réus do Núcleo 1 que não compareceram ao julgamento foram Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid e Walter Braga Netto – o último está preso. Eles são representados pelos seus defensores.
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FonteGazeta do Povo