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Putin telefona para Lula depois de reunião com Trump

Putin telefona para Lula depois de reunião com Trump


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira, 18, um telefonema do presidente da Rússia, Vladimir Putin. A ligação teve duração de aproximadamente 30 minutos e ocorreu três dias depois do encontro entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Alasca.

De acordo com informações oficiais, Putin compartilhou com Lula detalhes da reunião realizada em 15 de agosto. O líder russo afirmou que considerou o encontro com Trump positivo. “Tivemos negociações muito construtivas, em um clima de respeito mútuo”, disse Putin ao comentar a reunião.

Ele acrescentou: “Concordamos que a segurança da Ucrânia também deve ser garantida e estamos prontos para trabalhar nisso”, ressaltou. “Espero que o acordo que alcançamos ajude a aproximar esse objetivo e abra o caminho para a paz.”

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O encontro no Alasca teve duração de mais de três horas e reuniu, além dos dois presidentes, autoridades de ambos os países. Pelo lado norte-americano, estiveram presentes o Secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial Steve Witkoff. Pelo lado russo, participaram o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, e o conselheiro de política externa Yuri Ushakov.

Trump avaliou a reunião como promissora, ainda que não tenha resultado imediato em um cessar-fogo. “Hoje demos um grande passo, e o presidente Putin quer ver isso acontecer tanto quanto eu”, declarou o presidente norte-americano.

O diálogo entre os dois líderes incluiu propostas dos EUA para estimular a participação russa em futuras negociações, como a possibilidade de alívio em sanções, retomada de acordos nucleares e cooperação em comércio e energia.

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Trump destacou ainda: “Temos representantes de negócios russos aqui e todos querem fazer acordos”, ressaltou. “Os EUA se tornaram o país mais procurado do mundo em pouco tempo e vejo oportunidades enormes, desde comércio até exploração espacial. Queremos voltar a cooperar.”

A reunião foi marcada por simbolismo diplomático, com direito a recepção em tapete vermelho a Putin e sobrevoo de aeronaves militares norte-americanas. No entanto, não houve anúncio de cessar-fogo imediato para o conflito na Ucrânia, que se arrasta desde 2022 e tem origem em tensões iniciadas em 2014, com a anexação da Crimeia pela Rússia.

Na conversa com Lula, Putin reconheceu a atuação do Brasil no Grupo de Amigos da Paz, iniciativa lançada em setembro de 2024 em parceria com a China e mais 11 países do chamado “Sul Global”.

O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente do Brasil, Lula, durante encontro em Brasília em 20 de novembro de 2024 | Foto: REUTERS/Adriano Machado/File Photo

O grupo manifestou preocupação com a escalada da guerra e defendeu “a observação dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, respeitando a soberania e a integridade territorial dos Estados”. O comunicado conjunto dos integrantes ressaltou ainda a importância da diplomacia e pediu a abstenção do uso de armas de destruição em massa.

Lula agradeceu o telefonema e reafirmou o apoio brasileiro a iniciativas de negociação. Segundo o relato oficial, o presidente manifestou “apoio a todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia” e desejou êxito nas tratativas em andamento.

Putin, ao falar sobre o tema, evocou também a cooperação histórica entre russos e norte-americanos. “Durante a 2ª Guerra Mundial, nossos pilotos e os norte-americanos arriscaram suas vidas para garantir a vitória comum”, recordou. “É um exemplo que devemos lembrar para reconstruir relações mutuamente benéficas e iguais, mesmo nas condições mais difíceis.”

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