O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) deve assumir o papel de protagonista nas manifestações em apoio à anistia na avenida Paulista no próximo domingo, feriado de 7 de Setembro, que marca a Independência do Brasil. O ato ocorre logo após a semana em que Tarcísio passou a atuar como um dos principais articuladores pela anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.
Apesar do governo estadual não disponibilizar a agenda ou confirmar a presença de Tarcísio no evento, nos bastidores, o governador se reaproximou do pastor Silas Malafaia em um jantar para alinhamento da manifestação, que será novamente organizado pelo líder evangélico. No início de agosto, Malafaia criticou os governadores presidenciáveis — cotados para a disputa em 2026, caso a inelegibilidade de Bolsonaro seja mantida — pela ausência no protesto contra Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Estão com medo do STF? Por isso que não chegaram até aqui e arrumaram desculpas […] O que fica provado é que o Bolsonaro é insubstituível. [Vocês] vão enganar trouxa. E eu não sou trouxa”, discursou Malafaia em referência aos governadores. Na ocasião, Tarcísio justificou a ausência por causa de uma cirurgia realizada no mesmo final de semana das manifestações pelo país.
Nos últimos dias, Tarcísio subiu o tom contra o STF e chegou a afirmar que não acredita na Justiça durante o início do julgamento de Bolsonaro pela suposta tentativa de golpe de Estado na terça-feira (2), quando a oposição aumentou a pressão pela votação do PL da Anistia na Câmara dos Deputados e no Senado.
Aliado e ex-ministro da gestão Bolsonaro, Tarcísio defendeu a inocência do ex-presidente e divulgou um vídeo sobre a anistia nesta quinta-feira (4) com um discurso feito por ele em um dos protestos a favor dos condenados pelo ato de 8 de janeiro de 2023.
“Na história do Brasil sempre tivemos anistia. Foi assim no período colonial, no período regencial, no segundo império e foi assim no início da República. Vocês sabiam que o [Getúlio] Vargas deu anistia para quem participou da Intentona Comunista? E a lei da anistia em 1979? E por que não dar anistia agora?”, questiona Tarcísio.
“Pedir anistia não é uma heresia. É algo justo, é algo real e importante. A anistia para essas pessoas é um reencontro com a liberdade, com a Justiça e com a esperança”, completa o governador.
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A movimentação de Tarcísio de Freitas na interlocução junto com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que a anistia seja colocada em pauta também reforça a posição do governador de São Paulo como principal nome da centro-direita em oposição a Lula.
Ele é o único governador presidenciável que pode concorrer à reeleição no estado, mas a candidatura ao Palácio do Planalto no próximo ano tem ganhado tração com articulações dos principais caciques partidários do país, além de um possível aval do Republicanos.
Entre os presidenciáveis, o governador mineiro Romeu Zema (Novo-MG) participa da cerimônia de 7 de setembro em Belo Horizonte e viaja para São Paulo, onde estará no ato pela anistia a partir das 15h na avenida Paulista, conforme apuração da Gazeta do Povo. Em agosto, Zema lançou a pré-candidatura a presidente da República e mantém um discurso pró-anistia com críticas ao STF pela postura de Moraes, principalmente no caso da prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro.
A assessoria do governo do Paraná confirmou que Ratinho Junior (PSD-PR) não irá ao protesto da avenida Paulista e participará do desfile de 7 de setembro no período da manhã em Curitiba. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO) deve participar das celebrações pela independência do país na capital Goiânia, mas a agenda do pré-candidato a presidente da República ainda não foi divulgada oficialmente.
Entre os correligionários do ex-presidente Bolsonaro, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL-SC), tem na agenda programada a participação no ato da avenida Paulista, mas a Gazeta do Povo apurou que a viagem ainda não está confirmada. Caso fique no estado, Mello irá participar da manifestação catarinense pela anistia em Florianópolis.
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL-RJ), não confirma se irá ao protesto com os demais aliados de Bolsonaro na avenida Paulista. A agenda do chefe do Executivo fluminense também foi divulgada.
FonteGazeta do Povo