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Quem tem razão no apagão?

Hospital São Paulo está mais de 24 horas sem energia


Como em apagões anteriores, estamos vendo um jogo de empurra entre a prefeitura e a concessionária Enel, quanto à responsabilidade de uma e de outra pelo fato de 1,3 milhão de paulistanos terem ficado sem energia nesta semana. A Enel acusa a prefeitura de falha na manutenção e poda de árvores, que além de comprometerem a fiação ainda dificultam o acesso dos técnicos para o reparo. A prefeitura, por sua vez, questiona o baixo número de equipes nas ruas, para restabelecer o fornecimento e facilitar a retirada das árvores. E, com o governo do Estado, cobra do governo federal intervenção e início do processo de caducidade da concessão, que vence em 2028. A Enel quer renovar por 30 anos. O Governo Federal, conforme colocou o vice-presidente Geraldo Alckmin, cobra o máximo rigor na apuração da Aneel. No final das contas não se deve ter nenhuma mudança mais relevante, além das multas que a concessionária vem acumulando e os prejuízos para os consumidores.

Mas seria bom que, situações como desta semana, levassem o poder público, prestadores de serviços, e mesmo a população a levar mais a sério as perspectivas de eventos climáticos cada vez mais intensos e se preparassem para isso, como o alerta que veio até da COP30. Não adianta culpar o vento, o excesso de chuvas. É preciso medidas de prevenção e capacidade de reação rápida, inclusive, na prestação de informações aos consumidores prejudicados. Comunicados online, com previsões de restabelecimento da energia, que não se confirmam, só demonstram a inadequação na prestação do serviço. Mesmo em momentos de normalidade, o atendimento não é satisfatório. Em situações de crise, só pioram.

Tem de haver manejo mais adequado das árvores, da fiação e até de serviços correlacionados. São Paulo também teve problemas com o fornecimento de água, porque a Sabesp não conseguia bombear, pela falta de energia. Serviços de streaming e telefonia também foram comprometidos em algumas áreas. Sem esquecer o trânsito, ainda mais caótico, nos locais em que os semáforos não estavam funcionando. O comércio e empresas de outros ramos tiveram perdas imensas.

Faltam investimentos e melhoria na gestão. As regras das concessões têm de ser revistas para que se possa cobrar a melhoria dos serviços, sem que o custo recaia para os consumidores. Não vamos esquecer que a tarifa de energia residencial foi o item que mais pesou no IPCA deste ano, com alta acumulada de mais de 15% até novembro. Tem a questão da bandeira, mas tem toda a estrutura financeira do sistema. O enterramento de fios seria uma alternativa. Mas sempre vem a desculpa do custo elevado, a preocupação da concessionária em investir e não conseguir renovar a concessão, com eventual sucessor sendo beneficiado. O poder público, com orçamento apertado, também não quer dar sua cota de participação.

O fato é que não dá para a situação continuar como está. O clima não vai colaborar e não pode ser sempre apontado como o culpado. A tendência é de eventos mais intensos e constantes. Não dá para usar sempre essa desculpa ou ficar jogando a culpa no colo alheio. As mudanças climáticas têm de estar, cada vez mais, no radar dos gestores públicos e privados.



FonteJovem Pan News

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