Medidas preveem retomada de tarifas em produtos sensíveis, mas não garantem apoio da França, que pede adiamento da assinatura
O Parlamento Europeu aprovou, nesta terça-feira (16), uma série de medidas de proteção reforçada para os agricultores do bloco, com o objetivo de limitar o impacto do acordo de livre comércio com os países do Mercosul. As medidas de salvaguarda, aprovadas por 431 votos a favor e 161 contra, pretendem criar um mecanismo para supervisionar o impacto do acordo em produtos sensíveis como carne bovina, aves e açúcar. Também abrem as portas para a aplicação de tarifas em caso de desestabilização do mercado.
Apesar das medidas, é provável que a França, um dos países mais reticentes, não aprove o acordo. Paris solicitou à União Europeia (UE) o adiamento da assinatura do pacto comercial, que Bruxelas gostaria de concretizar no próximo sábado (20) no Brasil.
A proteção anunciada nesta terça-feira pelo Parlamento Europeu é mais forte do que a aprovada pelos Estados-membros.
Os eurodeputados desejam que a Comissão Europeia intervenha se o preço de um produto do Mercosul for pelo menos 5% inferior ao da mesma mercadoria na UE e se o volume de importações isentas de tarifas aumentar mais de 5%. A proposta inicial estabelecia os limites em 10%. Agora, os países e o Parlamento Europeu tentarão alcançar um compromisso sobre este ponto.
Ursula von der Leyen espera assinar o tratado de livre comércio durante a reunião de cúpula do Mercosul no sábado (20), em Foz do Iguaçu, Paraná. Mas a presidente da Comissão precisa do aval prévio dos Estados-membros.
A França pede o adiamento da votação até 2026. A Alemanha, por sua vez, defende a assinatura do tratado esta semana. Tudo dependerá da Itália, que mostrou sinais contraditórios nos últimos meses. A chefe de Governo do país, Giorgia Meloni, “tem as chaves” da questão, comentou um diplomata europeu que pediu anonimato.
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Os sindicatos agrícolas europeus são contrários ao acordo comercial com Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai e convocaram um protesto para quinta-feira (18) em Bruxelas.
O tratado favoreceria as exportações europeias de automóveis, máquinas, vinhos e outras bebidas alcoólicas. Em contrapartida, facilitaria a entrada na Europa de carne, açúcar, arroz, mel ou soja sul-americanos, o que preocupa os setores afetados.
*Com informações da AFP
Publicado por Nícolas Robert









