Na última quinta-feira, 28, foi conduzida a operação Carbono Oculto. O inquérito destaca duas padarias de São Paulo — Salamanca e Iracema Pães & Doces — por suposto envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação é do portal UOL.
A operação conjunta mobilizou 1,4 mil agentes e envolveu o Ministério Público Federal, a Receita Federal, a Polícia Federal (PF), a Receita Estadual e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do MP de São Paulo.
Apesar do foco da investigação estar direcionado também a gestoras de investimentos com escritórios na avenida Faria Lima, as duas padarias mantiveram sua rotina habitual, sem alterações visíveis no atendimento aos clientes.
As padarias usadas pelo PCC para lavagem de dinheiro
Localizada na Vila Campestre, zona sul da capital paulista, a Padaria Salamanca foi inaugurada em maio de 2021, substituindo um antigo estabelecimento do mesmo ramo. O anúncio da abertura foi bem recebido pelos moradores do bairro nas redes sociais.
Inspirada na cidade espanhola de Salamanca, a padaria exibe decoração medieval, com fotos de pontos turísticos, placas de premiação e um certificado do guia turístico das padarias de São Paulo, concedido pela Secretaria de Turismo e Viagens.
Na manhã de sábado, 30, todas as vagas de estacionamento estavam ocupadas e o movimento era intenso, principalmente entre moradores da região, muitos vindos de um grande condomínio próximo.
O ambiente na Salamanca era familiar, com grupos de até seis pessoas aproveitando o café da manhã. O atendimento no balcão seguia animado, com funcionários interagindo com clientes habituais. Não havia qualquer menção à operação policial entre os presentes, e a rotina seguia sem interrupções.
A cerca de 20 quilômetros, a Iracema Pães & Doces, situada no início da avenida Angélica, opera 24 horas por dia há dez anos e se tornou referência no bairro de Santa Cecília, no centro da cidade. Frequentada principalmente por jovens, especialmente após festas nos fins de semana, a padaria se diferencia pela área menor, vitrine mais simples e preço do pão francês mais alto — R$ 24,90 o quilo, contra R$ 21,90 da concorrente na zona sul.
No sábado 30, o local atraía grupos de amigos, com poucas famílias presentes. Ainda assim, não se observava qualquer comentário sobre a investigação da Polícia Federal. O ambiente permanecia tranquilo, sem sinais de preocupação entre os clientes e funcionários.
Investigação e posicionamento dos estabelecimentos
De acordo com documentos judiciais, as duas padarias integram uma rede de empresas usadas pelo PCC para ocultar patrimônio e lavar dinheiro, que inclui também usinas sucroalcooleiras, postos de combustíveis e lojas de conveniência.
Até o momento, nenhum mandado de busca e apreensão foi expedido para os estabelecimentos, que continuam funcionando normalmente.
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O portal UOL informou ter tentado contato com as administrações das duas padarias por mensagens e ligações telefônicas, mas não obteve resposta. Os funcionários que atenderam as ligações disseram não ter informações sobre a operação Carbono Oculto ou o contato dos responsáveis pelos estabelecimentos.
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Fonte:Revista Oeste