O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta sexta (5) que não haverá apoio da direita a uma anistia que deixe o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de fora.
“Qualquer anistia que não seja ampla e irrestrita não será aceita. Já irei conversar com a base parlamentar do PL sobre isso”, declarou.
Eduardo publicou o recado na rede X, acompanhado de reportagem da CNN Brasil sobre uma ala do PL que defende excluir Bolsonaro da proposta para facilitar sua aprovação.
Segundo ele, “a anistia será ampla e irrestrita ou não contará com o apoio da direita e não terá efeito de diminuir as sanções internacionais”.
O deputado acusou adversários de tentar chantagear o ex-presidente para influenciar alianças eleitorais em 2026.
“Deixa eu falar logo com todas as letras, para que vocês entendam bem. Eu sei que vocês querem tirar meu pai da anistia para poder chantagear ele e forçá-lo a escolher o candidato que vocês querem emplacar”.
Eduardo afirmou que os apoiadores de uma anistia sem Jair Bolsonaro serão chamados de aliados dos perseguidores do ex-presidente.
“Esses planinhos escusos de vocês não irão prosperar. Vocês estão brincando com coisa séria e vão acabar sendo vistos como colaboradores dos violadores de direitos humanos”.
Ciro Nogueira afirma que filhos de Bolsonaro vão obedecer liderança do pai
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou nesta sexta-feira (5) que o tema da anistia deve ser tratado em sintonia com o momento político. “O que eu defendia é que votasse na Câmara antes [do julgamento] e logo depois no Senado. Mas vamos fazer o que for mais correto”, disse.
Ciro afirmou também que os filhos de Jair Bolsonaro seguirão a liderança política do pai. “Tu acha que o Bolsonaro vai anunciar um candidato, aí o Eduardo vai ser candidato? O Flávio vai ser candidato? Não vai”, disse Nogueira. Segundo ele, “não tenho dúvida, vão obedecer o pai. O comando é do pai. O líder é ele”, afirmou.
No Senado, o líder da oposição, Carlos Portinho (PL-RJ), também defendeu a anistia. Para ele, trata-se de um gesto de pacificação nacional. Em entrevista à CBN, o senador declarou que a “anistia é o maior gesto de paz”.
“Pessoas estão presas com penas exageradas, em processos discutíveis, e o Brasil tem uma tradição nesse sentido. É hora de olhar para frente e enfrentar os problemas reais do país, como segurança e saúde”, afirmou Portinho.
Já o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do governo na Câmara, classificou o projeto de anistia como inconstitucional e inoportuno. Ele disse que a proposta surge em meio ao julgamento do STF sobre as supostas tramas golpistas.
“É completamente absurdo”, afirmou Lindbergh, que vê a anistia como tentativa de interferência política em momento decisivo.
FonteGazeta do Povo