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Nas ruas, oposição reforça apoio à anistia e defesa de Bolsonaro

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Depois de levar milhares de manifestantes em atos por todo o país neste domingo (7), a bancada da oposição pretende desembarcar em Brasília nesta semana com mais força para pautar o projeto da anistia no Congresso Nacional. A mobilização da direita acontece em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da suposta tentativa de golpe de Estado.

Além da anistia, os manifestantes foram às ruas para pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado é o relator do processo contra Bolsonaro e será o primeiro a proferir o seu voto na retomada do julgamento nesta terça-feira (9). A expectativa é de que a conclusão com o resultado da condenação ou absolvição aconteça até sexta-feira (12). 

“Nós estamos aqui hoje para dizer que vamos lutar por anistia, por liberdade de expressão. Nós vamos lutar pela liberdade da imprensa que aqui está, que já está sendo emudecida. Nós vamos lutar por liberdade religiosa. Alexandre de Moraes, você é um violador de direitos humanos e comete crime no Brasil reiteradamente”, disse o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), durante seu discurso na Avenida Paulista, em São Paulo. 

Ainda durante o seu discurso, Sóstenes cobrou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), paute o impeachment de Alexandre de Moraes. Em agosto, a oposição protocolou um pedido com o apoio de 41 senadores, o que já garantiria o afastamento do magistrado, caso fosse pautado pelo presidente da Casa.

“Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já tem 41 assinaturas, paute o impeachment desse ministro para que ele seja afastado o quanto antes”, declarou o líder do PL. 

O parlamentar tem sido o principal articulador para que o projeto da anistia seja pautado na Câmara. A mobilização ganhou o endosso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que esteve em Brasília na última semana para cobrar que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicano-PB), coloque o texto em votação.

“Presidente da Câmara nenhum pode conter a vontade da maioria do plenário. Pode conter a vontade de mais de 350 parlamentares. Então, Hugo, paute a anistia. Deixa a Câmara decidir. E eu tenho certeza que ele vai fazer isso, porque trazer a anistia para a pauta é trazer a justiça, é resgatar o país. Não podemos nos afastar do Império da Lei”, disse Tarcísio no ato da Paulista. 

A expectativa da oposição é de que a mobilização das ruas consiga ampliar o apoio pela aprovação de uma anistia que beneficie também Jair Bolsonaro. A proposta, que ainda não foi protocolada, concede perdão a todos os condenados, processados ou investigados desde 14 de março de 2019 – data de início do inquérito das fake news no STF.

Apesar disso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tem sinalizado que não colocaria em votação uma proposta que anistiasse Bolsonaro. “Se a gente está aqui hoje defendendo a anistia, essa anistia tem que ser ampla. E se a gente está aqui hoje defendendo uma anistia, é porque a gente sabe que esse processo está maculado”, disse Tarcísio de Freitas. 

O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, indicou que, além da bancada do partido de Bolsonaro, outras legendas como PP, União Brasil e o PSD vão garantir a aprovação da anistia na Câmara. “Vamos aprovar a anistia. O PP está com o PL, União Brasil, PSD. Nós temos maioria para aprovar a anistia”, disse.

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Michelle Bolsonaro representa ex-presidente no ato da Paulista 

Presente no ato da Avenida Paulista, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro alegou que vive uma “humilhação” diante do julgamento do marido. Além de cumprir prisão domiciliar desde o início de agosto, Bolsonaro passou a ser monitorado por policiais em sua residência, após a Polícia Federal (PF) apontar um suposto risco de fuga.  

“Quem era para estar aqui era o meu marido, que hoje está amordaçado dentro de casa, com uma tornozeleira, não foi julgado e está preso. Com policiais toda hora olhando os muros dos vizinhos para ver se tem possibilidade de pular. Um homem com 70 anos, com sequelas de uma facada, que recentemente passou por uma cirurgia de 12 horas. Como um homem desse vai pular um muro?”, questionou. 

Desde o início do monitoramento policial, em 26 de agosto, veículos que entram e saem do condomínio de Bolsonaro, em Brasília, são revistados. Segundo a ex-primeira-dama o processo contra o ex-presidente é uma “injustiça” e “perseguição”. 

“Ver vocês aqui hoje é um afago na minha alma. Não tem como não lembrar de setembro de 2022, quando mais de 1 milhão de pessoas estavam em Brasília para ouvir Bolsonaro falar. E hoje ele não pode falar. Ele gostaria muito de estar aqui com vocês ou até mesmo de poder entrar por videochamada, porque as nossas liberdades estão cerceadas. A liberdade dele de expressão, de locomoção foi violada”, criticou. 

Também presente no evento da Avenida Paulista, o pastor Silas Malafaia, que recentemente foi alvo de busca e apreensão por determinação do ministro Alexandre de Moraes, alegou sofrer “perseguição religiosa”. Malafaia reclamou da apreensão de seus cadernos na ação da Polícia Federal deflagrada contra ele no dia 20 de agosto. 

“Meus cadernos são minha ferramenta de trabalho. Alexandre de Moraes, você não promove apenas perseguição política. Religiosa também”, discursou. 

O pastor também reclamou da apreensão do seu passaporte, o que classificou de “intimidação”, e da divulgação dos seus diálogos com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, essa divulgação teve o objetivo de prejudicar sua reputação. 

“De fato, de vez em quando eu falei uns negócios indevidos, eu reconheço. Mas é melhor falar uma coisa indevida do que destruir a democracia brasileira. Aí o que ele [Moraes] faz: ele libera isso, para denegrir a minha imagem diante da opinião pública brasileira e da opinião pública evangélica”, afirmou. 

Direita comemora sucesso das ruas e esquerda acumula fracasso no 7 de setembro 

Além do ato em São Paulo, apoiadores de Bolsonaro promoveram atos em diversas capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Pela manhã, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comandou a manifestação na capital fluminense, onde afirmou que o julgamento do STF é uma farsa e representa uma “segunda facada” no ex-presidente. 

“O meu pai mais uma vez não pode estar presente, mas eu o trago aqui nessa camisa com o ano 2026, que é o que nós exigimos. É direito do povo brasileiro escolher quem quer para ser presidente do Brasil”, disse o senador. 

Ao criticar o ministro Alexandre de Moraes, Flávio disse ter confiança de que o magistrado será punido. “O próprio Supremo vai dar a cabeça de Moraes na bandeja porque ele foi longe demais, porque todos sabem que não houve tentativa de golpe. Nós vamos continuar usando a internet, usando a verdade ao nosso lado”, disse. 

Já em Brasília, o deputado Zé Trovão (PL-SC) afirmou que há sete anos “tentam calar a nação brasileira” e disse que sua prisão domiciliar, decretada por Moraes, apenas fortaleceu sua disposição de lutar. “Quando o Alexandre de Moraes me perseguiu e me colocou na cadeia, ele achou que eu ia me acovardar, que eu ia ter medo dele. Ele só me deu mais vontade de lutar pela minha nação”, disse o deputado.

Na mesma linha, a deputada Bia Kicis (PL-DF) defendeu que a anistia aos presos e exilados políticos não é uma opção, mas uma “imposição”. “Nós não podemos dormir sossegados enquanto houver um preso político na cadeia, enquanto houver um exilado político, alguém que ama esse Brasil e está fora porque Xandão quer botar na cadeia. Nós não podemos descansar enquanto a justiça não for feita”, disse a deputada.  

Enquanto a mobilização da direita foi comemorada pelos aliados de Bolsonaro, as manifestações organizadas pelo PT e por movimentos de esquerda registraram públicos abaixo do esperado. Além de defender a prisão do ex-presidente, os partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram a possibilidade de aprovação da anistia.

Em Brasília, o ato atraiu algumas dezenas de pessoas com bandeiras e camisetas vermelhas a menos de dois quilômetros da manifestação “Reaja Brasil”, da direita. A manifestação não contou com a presença de parlamentares ou ministros do governo Lula.

Sem conseguir mobilização nas ruas, a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, se reúne com ministros do governo e com representantes dos partidos da base nesta segunda-feira (8). A ideia é discutir estratégias que possam frear o andamento da anistia no Congresso. 

O encontro vai acontecer no Palácio do Planalto e deve reunir ministros que foram indicados ao governo por partidos de centro e que têm atuação mais próxima às bancadas partidárias no Congresso. São esperados os representantes do MDB, PSD, União Brasil, PP e Republicanos. 

“Em pleno 7 de setembro os partidários de Jair Bolsonaro carregam, em manifestação por anistia, a bandeira dos EUA, que está impondo um tarifaço e sanções ao Brasil. Fazem qualquer coisa para livrar Bolsonaro das penas que há de merecer. A nossa luta é pelo Brasil, do lado do povo brasileiro”, disse Hoffmann nas redes sociais.

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FonteGazeta do Povo

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