As autoridades da Paraíba avançaram, nesta segunda-feira, 15, na investigação sobre crimes de tráfico de pessoas, produção de material pornográfico envolvendo crianças e incentivo à exploração sexual de menores. O Ministério Público apresentou denúncia contra o influenciador Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente.

O órgão enviou uma acusação contra o casal, que supostamente manteve um esquema planejado para cooptar vítimas vulneráveis. Conforme a denúncia, a dupla prometia fama e vantagens materiais.

Segundo a Promotoria, o casal recorria a fraudes e manipulações para atrair crianças e adolescentes. Depois, os submetia a situações de constrangimento extremo, inclusive exposição em ambientes destinados à exploração sexual.

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A investigação, conduzida desde o ano passado, sugere que as vítimas eram pressionadas a alterar a aparência física. Elas chegavam a passar por procedimentos estéticos e fazer tatuagens de teor sexualizado, além de terem suas rotinas rigidamente controladas.

Prisão e medidas cautelares contra Hytalo Santos

O casal foi preso em Carapicuíba, na Grande São Paulo, depois de solicitação do Tribunal de Justiça da Paraíba. A medida visava a impedir destruição de provas e evitar intimidação de testemunhas, já que, segundo o Ministério Público, tais práticas começaram depois que Hytalo tomou conhecimento do inquérito. Em 28 de agosto, eles foram para João Pessoa.

De acordo com o MP, a ação penal busca condenação dos réus e indenização de R$ 10 milhões por danos morais e coletivos. Isso ocorre em razão de violação de direitos fundamentais de crianças e adolescentes.

A Promotoria ainda afirmou que a responsabilização é necessária “para o enfrentamento de crimes que se utilizam da tecnologia e das redes sociais como instrumentos de exploração de vulneráveis”.

Repercussão e defesa

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime (Gaeco) apresentou a denúncia. O órgão contou com apoio da Polícia Civil, do Ministério Público do Trabalho e do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça.

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Em 6 de agosto, a repercussão do caso se intensificou, depois da divulgação de um vídeo do youtuber Felca sobre a “adultização” de menores, em que citou Hytalo. A defesa do influenciador denunciado alegou não ter acesso integral ao processo e afirmou que irá reafirmar a “confiança de Hytalo Santos na Justiça e na prevalência da verdade” assim que possível.

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