O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se reuniu no início da tarde desta terça-feira (4), com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), por mais de uma hora e 20 minutos no próprio Congresso Nacional. O encontro, solicitado por Moraes, ocorreu um dia após a reunião do ministro com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), no Centro Integrado de Comando e Controle, no Rio.

Questionado, Alcolumbre apenas afirmou que eles falaram “com certeza sobre segurança”. Depois, através de nota, a assessoria do presidente do Senado confirmou que o encontro foi para discutir ações contra o crime organizado. “Alcolumbre reafirmou o compromisso do Congresso Nacional de contribuir, de forma responsável e democrática, com soluções legislativas para fortalecer a segurança pública e proteger a vida dos brasileiros”, diz  a nota.

Relator temporário da ADPF das Favelas, Moraes cobrou explicações do governo fluminense sobre a Operação Contenção, considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortos.

A medida cautelar, criada para reduzir a letalidade policial e coibir abusos em comunidades, foi criticada por Castro, que a chamou de “maldita” durante a reunião.

Segundo interlocutores, Moraes avaliou o encontro como “bom e produtivo”. O ministro teria elogiado a preparação da equipe de segurança de Castro, que apresentou dados e imagens detalhadas sobre a operação. Membros do governo fluminense também relataram que o diálogo começou tenso, mas terminou em tom amistoso.

A reunião foi restrita e contou apenas com Moraes, o governador e três secretários estaduais: Victor Santos (Segurança Pública), Felipe Curi (Polícia Civil) e Marcelo de Menezes Nogueira (Polícia Militar).

Em petição enviada ao STF, Castro defendeu que a operação respeitou as determinações da Corte, com “emprego proporcional da força”.

Moraes, por sua vez, informou que analisará os documentos recebidos antes de tomar novas decisões sobre o caso.

Apesar das críticas, pesquisa Datafolha apontou que 57% dos moradores da capital e da região metropolitana do Rio concordam com a avaliação de Castro de que a operação foi “um sucesso”.