O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou a possibilidade de de ocorrência do fenômeno climático La Niña durante a safra 2025/26 de grãos no Brasil, cuja semeadura começa já neste mês. A pesquisadora Lucietta Martorano apresentou o prognóstico climático durante evento promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento nesta quinta-feira, 18, em Brasília.
O rápido resfriamento das águas do Oceano Pacífico observado recentemente pode indicar o início do La Niña, embora, por ora, o cenário de neutralidade ainda seja o mais provável. “O modelo climático está começando a mostrar que pode ter La Niña na safra. As águas no Pacífico estão esfriando muito rápido, o que é sinal de alerta para a configuração do La Niña”, afirmou Lucietta.
Possíveis impactos do La Niña na safra
Por definição oficial, o La Niña ocorre quando o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial atinge pelo menos -0,5ºC por um período prolongado, podendo se estender de nove meses a mais de um ano. Conforme Lucietta, uma confirmação mais precisa sobre a presença do fenômeno será possível no fim deste mês, o que pode resultar em antecipação da safra em algumas áreas e atrasos em outras.
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“Se La Niña se confirmar, teremos antecipação de safra em alguns locais e em outros retardamento”, disse a pesquisadora. O prognóstico do Inmet para o início da safra, entre setembro e novembro, aponta chuvas abaixo da média histórica em grande parte da região Norte e temperaturas superiores ao normal.
Em áreas como Roraima, norte do Amapá, norte do Amazonas, Acre e Rondônia, são previstas precipitações próximas das médias históricas, de acordo com o boletim agroclimático de setembro do instituto. Já no Pará, Amapá, Tocantins, Rondônia e centro-sul do Amazonas, o déficit hídrico pode superar 100 milímetros neste mês.
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No Nordeste, a previsão indica chuvas inferiores à média em todo o Maranhão, Piauí, quase todo o Ceará e nas regiões central e noroeste da Bahia. Nas demais áreas, as precipitações devem se manter próximas da média. As temperaturas poderão variar de 0,5ºC a 2,0ºC acima dos valores históricos na região.
No Centro-Oeste, a tendência é de chuvas dentro da média, exceto no centro de Goiás, leste do Mato Grosso e Distrito Federal, onde o volume pode ultrapassar a média em até 30 milímetros. Em toda a região, as temperaturas devem superar a média histórica entre 1,0ºC e 2,0ºC.
O déficit hídrico se intensifica em setembro especialmente em partes de Mato Grosso e Goiás, elevando o risco de queimadas. O Inmet destacou que o retorno das chuvas no final do trimestre favorece a umidade do solo para o plantio de soja e milho, reduzindo a necessidade de replantio.
Na região Sudeste, a projeção do Inmet aponta para chuvas até 30 milímetros acima da média no Rio de Janeiro e em áreas centrais, sul e noroeste de Minas Gerais, enquanto o restante da região deve registrar volumes próximos ao padrão histórico. As temperaturas ficarão acima da média, principalmente em São Paulo e Minas Gerais.
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O instituto ressalta que a falta de água no solo, nos meses de setembro e outubro, pode prejudicar o início do plantio de soja e milho, afetar a florada do café e a manutenção das pastagens, elevando o risco de queda na produtividade. Já em novembro, há expectativa de excedentes hídricos superiores a 80 milímetros.
No Sul, o Inmet prevê volumes de chuva acima da média em Santa Catarina, sudeste do Paraná e na maior parte do Rio Grande do Sul. No restante do Paraná, as precipitações devem se manter próximas à média.
As temperaturas continuarão elevadas em toda a região e a umidade do solo deve permanecer alta, condição considerada positiva para o crescimento de culturas de inverno como trigo, aveia e cevada, além de contribuir para o desenvolvimento vegetativo das lavouras.
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Fonte: Revista Oeste









