Casa Branca confirma que prioriza acordos bilaterais de energia em detrimento de pactos multilaterais
O governo dos Estados Unidos confirmou que não enviará representantes de alto escalão para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, em Belém (PA). A decisão, comunicada por funcionários da Casa Branca, representa a primeira vez em mais de três décadas que os EUA não terão participação de alto nível em uma cúpula do clima da ONU.
A medida reflete a postura do presidente Donald Trump, que tem se posicionado contra acordos climáticos multilaterais. Em um discurso na Assembleia Geral da ONU, Trump classificou a mudança climática como “a maior farsa do mundo” e criticou as políticas ambientais globais, alertando para os riscos econômicos da chamada “agenda verde”.
A ausência do presidente na cúpula de líderes, que ocorrerá antes das negociações técnicas, já era prevista. Contudo, a confirmação de que nenhuma delegação de alto escalão participará das discussões que se iniciam no dia 10 de novembro frustrou as expectativas de envolvimento do país. A decisão de Washington foi formalizada meses após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter enviado um convite oficial a Trump para o evento.
De acordo com porta-vozes da Casa Branca, a política externa norte-americana sob a gestão de Trump tem privilegiado negociações bilaterais focadas em energia. A administração promove uma “agenda energética de bom senso”, que incentiva a exploração de petróleo, gás natural e energia nuclear. Nos últimos meses, os EUA firmaram acordos comerciais com a União Europeia, Japão e Coreia do Sul para ampliar a exportação de combustíveis fósseis e minerais estratégicos.
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
Essa abordagem ficou evidente em ações recentes, como a ameaça de restrições de vistos e sanções contra nações que apoiassem um plano da Organização Marítima Internacional (OMI) para reduzir as emissões no transporte marítimo. A pressão norte-americana resultou no adiamento da decisão sobre a implementação de um preço global de carbono para o setor.
A ausência dos EUA na conferência é vista por alguns analistas como um reflexo da estratégia política e econômica de Trump, que visa fortalecer a indústria de combustíveis fósseis e garantir autonomia nacional em políticas ambientais, evitando compromissos com metas e prazos estabelecidos em fóruns multilaterais.
FonteJovem Pan News









