O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou os ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta (4), durante o lançamento do programa “Gás do Povo”, que entregará botijões de gás a 15,5 milhões de famílias beneficiárias de programas sociais ao custo de R$ 5 bilhões em 2026. O evento foi realizado em uma favela em Belo Horizonte e não teve a presença do governador Romeu Zema (Novo-MG).

Durante o evento, Lula explicou a dinâmica e a importância do programa para as famílias de baixa renda, mas aproveitou a ocasião para retomar os ataques a Bolsonaro, afirmando que encontrou o país “um pouco desajustado” ao tomar posse em janeiro de 2022.

“Ele destruiu esse país. […] Cadê a Casa Verde e Amarela que eles iam construir? Eles podem ter o sangue amarelo, [mas] o meu é vermelho da cor do sangue de toda a humanidade e de todo animal vivo no mundo. Não tem ninguém com sangue amarelo, nem barata”, disparou Lula repetindo alegações dadas desde o início deste terceiro mandato, como o desmonte de ministérios e programas sociais e a retomada de obras paradas desde o governo de Dilma Rousseff (PT), que ele diz ter sido cassada – em outros discursos, ele alega que ela sofreu um golpe.

Lula voltou a repetir que os primeiros dois anos deste mandato serviram para “reconstruir” as ações de Bolsonaro e que agora, em ano pré-eleitoral, é para a “colheita” do que “foi plantado” neste tempo.

“Não tinha um monte de coisas que agora vocês têm, e vocês têm porque não é favor do governo. É obrigação do governo cuidar do povo brasileiro, porquê está escrito na Constituição. E nós não fomos eleitos para governar para os mais ricos”, disparou.

A primeira-dama Janja da Silva, ao final do discurso de Lula, o elogiou pela iniciativa do “Gás do Povo” “em nome das mulheres”. O petista também criticou as empresas privadas pelo preço cobrado pelo botijão de gás de 13 kg, afirmando que sai da Petrobras a R$ 37, mas chega a R$ 150 ao consumidor final.

“É um absurdo a diferença entre o preço da Petrobras e o preço que o gás chega”, completou.

Um pouco antes, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também atacou a direita em seu discurso ao lado de Lula. Ele é o candidato do petista para concorrer ao governo de Minas Gerais nas eleições do ano que vem, embora ainda não tenha confirmado essa intenção.

“A democracia que foi atacada, vilipendiada, tentaram dar um golpe neste país, e o povo brasileiro disse ‘não’ elegendo Lula. […] A força do povo brasileiro para dizer ‘não’ a aqueles que sejam antidemocráticos e que querem atentar contra a nossa democracia”, completou.

Os ataques ocorrem na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), seria o suposto líder da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, em um esquema que teria começado a ser planejado em 2021.

A defesa de Bolsonaro negou qualquer iniciativa nesse sentido afirmando que não há qualquer prova que o mencione diretamente no alegado plano, e que a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid não se sustenta, por omissões e divergências.