O São Paulo levou um transferban da FIFA por não pagar a comissão devida ao ex-empresário do Calleri. É o segundo castigo em poucos meses – em agosto já tinha sido punido pela parcela atrasada do Bobadilla com o Cerro Porteño (cerca de US$ 300 mil).
A dívida total do clube hoje orbita os R$ 900 milhões (número aproximado, mas ninguém contesta a casa dos centenas de milhões).
Dentro desse pacote tem de tudo: operacional, impostos, bancos, fundos de investimento, acordos trabalhistas etc.
Que a gestão Julio Casares está longe de merecer qualquer selo ISO 9000, isso já é consenso entre a torcida e os analistas.
As entrevistas do presidente raramente esclarecem algo concreto e jogam praticamente todo problema para “o futuro” ou “a próxima janela”.
Enquanto isso, quem tem falado bastante é o ex-diretor Carlos Belmonte, que pediu para sair e agora dá entrevistas ótimas (destaque para a da Jovem Pan, com perguntas cirúrgicas).
Belmonte bate na tecla de que “investir em time forte é o jeito mais rápido de reduzir dívida”. Faz sentido no papel, mas a visão majoritária de especialistas, conselheiros fiscais e até de torcedores mais pragmáticos é outra: primeiro coloca a casa em ordem (ou pelo menos para de afundar), depois monta elenco competitivo.
Palmeiras e Flamengo são os exemplos vivos aqui no Brasil.
Na Europa, então, é aula atrás de aula: Leeds, Portsmouth, Bordeaux, Valencia… clube que se endivida loucamente pra ganhar taça costuma quebrar a cara 3-5 anos depois, sem exceção.
Resumo da ópera: time grande não pode viver só de promessa e PowerPoint.
Sem controle financeiro, título vira pirotecnia cara e o buraco só aumenta.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.









