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‘Conflito na Ucrânia reverteu anos de esforços para reduzir emissões de gases de efeito estufa’, diz Lula 

‘Conflito na Ucrânia reverteu anos de esforços para reduzir emissões de gases de efeito estufa’, diz Lula 


Durante discurso, o presidente declarou que as nações destinaram mais recursos à guerra do que ao combate à crise climática, o que, segundo ele, ‘pavimenta o caminho para o apocalipse climático’

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Lula durante discurso de abertura do Segundo dia da Cúpula do Clima

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante discurso de abertura do Segundo dia da Cúpula do Clima em Belém, nesta sexta-feira (7), que a guerra na Ucrânia pela invasão da Rússia “reverteu anos de esforços para redução de emissão de gases de efeito estufa”.

“Gastaram com armas o dobro do que gastamos com ações climáticas. É pavimentar o caminho para apocalipse climático. Não haverá segurança energética em um mundo consagrado”, defendeu o presidente Lula.

Transição energética

Durante o evento, Lula destacou a urgência de enfrentar a pobreza energética e de promover uma transição justa e inclusiva no acesso à energia. “É fundamental combater todas as formas de pobreza energética. Dois bilhões de pessoas não têm acesso a combustíveis adequados para cozinhar. Seiscentos e sessenta milhões de pessoas dependem de lamparinas ou geradores a diesel nas periferias das grandes cidades e nas comunidades rurais da América Latina, da África e da Ásia”, afirmou Lula, citando dados que evidenciam a dimensão do problema.

O presidente também alertou para o impacto da falta de energia nas condições básicas de vida e no futuro de milhões de crianças. “Duzentos milhões de crianças frequentam escolas sem energia funcionando. Sem energia também não há conexão digital, hospitais funcionando ou agricultura moderna. Sem equacionar a injustiça de dívidas externas impagáveis e sem abandonar condicionalidades que discriminam países em desenvolvimento, andaremos em círculos”, disse.

Lula reiterou que o acesso à energia limpa e acessível deve ser tratado como um direito fundamental, e defendeu que as nações mais ricas assumam responsabilidades proporcionais na transição energética global.”É fundamental combater todas as formas de pobreza energética. 2 bilhões de pessoas não tem acesso a combustíveis adequados para cozinhar. 660 milhões de pessoas dependem de lamparinas ou geradores a diesel nas periferias das grandes cidades e nas comunidades rurais da América Latina, da África e da Ásia. Há espaço para explorar mecanismos inovadores de troca de dívidas por financiamento da iniciativa de transição energética”, declarou o petista.

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A Cúpula do Clima antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será realizada de 10 a 21 de novembro, também em Belém. O objetivo é atualizar e reforçar os compromissos multilaterais para lidar com a urgência da crise climática.

Lula defende lucro de petróleo para transição energética e uso do etanol como matriz limpa

O presidente Lula também defendeu direcionar parte dos lucros do setor de petróleo para a transição energética. Mencionou, inclusive, a criação de um fundo para isso. Lula falou sobre a importância de ampliar as fontes renováveis e citou o etanol como exemplo. “Direcionar parte dos lucros com exploração de petróleo para transição energética permanece um caminho válido para os países em desenvolvimento”, disse o presidente, em evento que antecede a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30) em Belém. “O Brasil estabelecerá um Fundo dessa natureza para financiar o enfrentamento da mudança do clima e promover justiça climática”.

O governo vem adotando o discurso de que o dinheiro do petróleo é chave para a transição energética – o que é criticado por organizações civis. No discurso, Lula fez uma ponderação de que esse processo precisa ser gradual. “Já sabemos que não é preciso desligar as máquinas ou motores, nem fechar fábricas ao redor do mundo de um dia para o outro. A ciência e a tecnologia nos permite evoluir de forma segura para um modelo centrado nas energias limpas. Essa transformação já está em curso”, afirmou. O presidente destacou

Ambientalistas criticam a licença para a exploração de petróleo na Margem Equatorial diante dos riscos de vazamento no oceano e da liberação de mais gases de efeito estufa na atmosfera. O governo afirma que há segurança técnica na atividade, apontada como importante para o combate às desigualdades na região.

Lula também defendeu o uso do etanol como fonte de energia “limpa”. “Nossa gasolina tem 30% de etanol em sua composição. Nosso diesel, conta com 15% de biodiesel. O etanol é uma alternativa eficaz e imediatamente disponível para adoção dos setores mais desafiadores, como indústria e transporte. É lamentável que pressões e ameaças tenham levado a adiar esse passo”.

O Brasil é uma das grandes potências globais na produção de biocombustíveis, vistos com ressalvas sobretudo na Europa. O governo Lula reforçará, durante a COP-30, que é preciso aumentar a produção de etanol para garantir a redução das emissões – uma pauta defendida pelo agronegócio brasileiro. No continente europeu, porém, a leitura é de que a produção de matéria-prima para combustível ocupa o espaço em terras que poderiam cultivar alimentos.

Lula defendeu ainda que o processo rumo ao fim do uso de combustíveis fósseis demanda financiamento e citou que a troca de dívidas dos países em desenvolvimento pode ser um mecanismo, de forma a liberar recursos para a transição verde. “Um processo justo, ordenado, equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis demanda acesso de tecnologia de financiamento para os países do Sul Global. Há espaço para explorar mecanismos inovadores, de troca de dívida por financiamento de iniciativa de mitigação climática e transição energética”, disse.

O presidente disse ainda ser preciso triplicar a energia renovável no mundo e de dobrar a eficiência energética até 2030. Destacou que é necessário eliminar a pobreza energética e criar metas de acesso universal à eletricidade nos planos climáticos nacionais.

Ainda que defenda a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, o presidente criticou os fatos de os 65 maiores bancos do mundo terem concedido US$ 869 bilhões para o setor de óleo e gás e mencionou que, desde o Acordo de Paris, a participação de combustíveis fósseis como fonte energética em todo o mundo diminuiu apenas de 83% para 80%. “Os incentivos financeiros muitas vezes vão no sentido contrário ao da sustentabilidade”.

*Com informações do Estadão Conteúdo





FonteJovem Pan News

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