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Censura comunista às redes sociais mergulhou Nepal no caos

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A tentativa do então governo comunista do Nepal de controlar as redes sociais para combater supostas “fake news” mergulhou o país em sua maior crise política dos últimos tempos.

O bloqueio de 26 plataformas digitais, decretado na quinta-feira (4) pelo então premiê K.P. Sharma Oli, gerou protestos violentos que deixaram ao menos 19 mortos, mais de 300 feridos e culminaram na renúncia do chefe de governo nesta terça-feira (9).

Entre os aplicativos proibidos estavam Facebook, Instagram, WhatsApp e X. A justificativa oficial era evitar a disseminação de boatos, mas as plataformas eram usadas principalmente por jovens para denunciar corrupção, nepotismo e organizar manifestações. A medida foi interpretada como um ataque direto à liberdade de expressão e transformou a insatisfação acumulada em revolta generalizada.

A repressão violenta, com uso de munição real contra os jovens manifestantes, aumentou a fúria popular. Residências de ministros foram incendiadas, a casa do premiê destruída — em um ataque que matou sua esposa, Rajyalaxmi Chitrakar —, e prédios do Parlamento e da Suprema Corte tomados e queimados pela população.

“O tiroteio mostra o desprezo chocante do governo pela vida de seus próprios cidadãos”, afirmou Meenakshi Ganguly, da Human Rights Watch.

A censura foi apenas o estopim de uma insatisfação mais ampla com a corrupção e o autoritarismo. Segundo o New York Times, o Nepal enfrenta há anos uma lenta erosão econômica marcada pela falta de empregos. Mais de mil jovens deixam o país diariamente para trabalhar em países do Golfo e na Malásia. Em 2024, as remessas de nepaleses no exterior somaram US$ 11 bilhões, o equivalente a mais de 26% da economia nacional. Essa dependência expõe o colapso do mercado interno e reforça o sentimento de abandono entre os jovens.

“Os protestos sobre o bloqueio das redes sociais foram apenas um catalisador. A frustração com a forma como o país está sendo governado já vinha fervendo há muito tempo”, explicou à agência Associated Press (AP) Prateek Pradhan, editor do site Baahrakhari.

Mesmo com a renúncia de Oli e a suspensão do bloqueio contra as redes, a instabilidade persiste no país. Ministros e deputados abandonaram seus cargos, e manifestantes declararam que o Parlamento “perdeu sua legitimidade”.

Para o analista Michael Kugelman, ouvido pelo Washington Post, a rebelião no Nepal se conecta a levantes semelhantes no Sri Lanka e em Bangladesh:

“Grande parte da população, especialmente os jovens que dominam demograficamente o país, simplesmente sente que o governo e a classe política em geral não se importam com sua situação”, analisou.



FonteGazeta do Povo

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