“Não tem nada a ver com o presidente Trump. Já foram publicadas dezenas de fotos do presidente Trump com o senhor Epstein”, disse o procurador-geral adjunto, Todd Blanche
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) afirmou neste domingo que o presidente Donald Trump “não tem nada a ver” com a remoção de arquivos do caso do falecido financista acusado de tráfico sexual de menores Jeffrey Epstein — entre eles fotos do republicano — dos documentos desclassificados publicados pelo governo americano.
O mandatário não está envolvido na decisão de retirar mais de uma dezena de imagens em meio às milhares de páginas publicadas na última sexta sobre Epstein, assegurou o procurador-geral adjunto, Todd Blanche, que afirmou que a medida atendeu a pedidos de organizações de vítimas.
“Após publicarmos as fotografias, fomos informados de que existiam preocupações sobre (a identidade de) essas mulheres e o fato de termos publicado as fotos, por isso as retiramos. Não tem nada a ver com o presidente Trump. Já foram publicadas dezenas de fotos do presidente Trump com o senhor Epstein”, disse à emissora de TV “NBC”.
Blanche acrescentou que a “ideia de que se tenha retirado uma única foto porque nela aparecia o presidente Trump é absurda”.
Entre os documentos removidos ontem, incluía-se a imagem de uma escrivaninha com fotografias emolduradas de personalidades com Epstein — conhecido financista com acesso privilegiado a figuras-chave —, onde também era possível ver, em uma gaveta aberta, várias fotos de Trump com mulheres em trajes de banho, informou a “NBC”.
As demais imagens que teriam sido eliminadas incluem obras de arte sexualmente explícitas, fotografias de caixas de correio cheias de envelopes e uma página de um caderno com nomes e números.
A amizade entre Trump e Epstein tem sido motivo de questionamento, sobretudo por parte de opositores do presidente republicano, que assegura ter cortado relações com seu antigo amigo e aliado em 2004, antes de este ser acusado pela primeira vez de abuso e exploração sexual de menores.
Blanche acrescentou que, assim que as solicitações das vítimas forem atendidas, os arquivos serão republicados. Ele defendeu o trabalho do DOJ diante das críticas pela divulgação de dezenas de páginas com trechos censurados entre os arquivos, liberados em cumprimento a uma lei de transparência aprovada pelo Congresso e ratificada por Trump.
“Se precisarmos censurar rostos ou outras informações, o faremos e depois publicaremos novamente. Desta forma, estamos cumprindo a lei, que, aliás, é o que o presidente Trump tem nos pedido para fazer desde antes de ser eleito. Não há nada que ele tenha a esconder nos arquivos de Epstein”, declarou.
Blanche também advertiu que a razão pela qual o DOJ ainda analisa os documentos e espaçou sua divulgação, em vez de liberá-los de uma só vez na sexta-feira, como estava estipulado, é “simplesmente para proteger as vítimas”.
Vários senadores e congressistas, entre eles Dick Durbin, o democrata de maior escalão no Comitê Judiciário do Senado, afirmam que seu partido “investigará esta violação da lei e garantirá que o povo americano saiba o que aconteceu”.
*EFE









