O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na tarde desta quarta-feira (17), uma alteração no comando do Ministério do Turismo. O anúncio oficial ocorreu logo após a última reunião ministerial de 2025, realizada no Palácio do Planalto para balanço das metas do governo.

A substituição de Celso Sabino é resultado de um desgaste prolongado entre o agora ex-ministro e a cúpula do União Brasil. A crise se intensificou após Sabino desconsiderar as orientações da legenda, que vinha sinalizando um distanciamento da base governista. Ao permanecer no cargo contra as diretrizes partidárias, o ministro perdeu o respaldo da bancada e acabou expulso do União Brasil.

Para pacificar a relação com o partido e garantir a fidelidade de uma das maiores bancadas do Congresso, o governo federal atendeu ao União Brasil, que indicou Gustavo Damião para a pasta.

Gustavo é empresário e filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB). A nomeação fortalece a ala governista do partido, para garantir maior governabilidade ao Palácio do Planalto nas votações previstas para o próximo ano legislativo. Das 59 posições na Câmara, 20 seriam deste grupo mais alinhado ao governo.

Segundo o jornal O Globo, a indicação também contaria com o apoio do presidente da casa e também paraibano, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Histórico

Sabino resistia a deixar o cargo desde setembro, quando a Executiva nacional do União determinou que todos os filiados deixassem a Esplanada em até 24 horas. O ministro se manteve firme e foi a Belém com o presidente Lula, para a COP30. O ministro fez do evento sua vitrine para impulsionar a pré-candidatura ao Senado em 2026.

O ministro chegou chegou a redigir uma carta de renúncia, mas atendeu a um pedido do presidente Lula para permanecer até o fim da agenda em Belém.

O União abriu ainda em setembro um processo disciplinar de expulsão, que acabou concluída em 8 de dezembro.