O encontro é marcado por participação reduzida e pela sombra dos constantes ataques dos EUA contra supostas embarcações com drogas no Caribe e no Pacífico
A cidade colombiana de Santa Marta recebe neste domingo (9) a reunião de cúpula dos representantes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), que começa com ausências notáveis, cancelamentos de última hora e poucos líderes presentes.
O encontro bilateral, que em 2023 aconteceu em Bruxelas e prosseguirá até segunda-feira (10), é marcado por uma participação reduzida e pela sombra dos constantes ataques do governo dos Estados Unidos, do presidente Donald Trump, contra supostas embarcações com drogas no Caribe e no Pacífico.
Poucas horas antes do início da quarta reunião de cúpula entre os 27 países membros da UE e os 33 da Celac, os correspondentes da AFP observaram pouco movimento diplomático na sala de convenções do hotel Estelar Santamar, sede do encontro.
O presidente de esquerda Gustavo Petro, anfitrião do evento, denunciou há alguns dias as pressões do governo americano contra o evento. Washington retirou a Colômbia da lista de países aliados na luta contra as drogas e impôs sanções econômicas contra Petro por considerar que ele não faz o suficiente para combater o narcotráfico.
As ausências são um “claro sinal diplomático, impulsionado principalmente pelo desejo de evitar uma escalada de tensões com o presidente americano, Donald Trump”, afirmou Alberto Rizzi, cientista político e pesquisador do Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Trump declarou guerra a supostos narcotraficantes que partem em embarcações de portos do Caribe e do Pacífico, indivíduos que ele aponta como culpados pelo crescente consumo de drogas nos Estados Unidos. Petro criticou os bombardeios, que já deixaram quase 70 mortos.
“É uma família muito pobre, não são terroristas nem narcotraficantes”, afirmou o presidente colombiano na rede social X sobre os parentes de um dos mortos, que são da cidade de Santa Marta.
Cancelamentos
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, cancelou sua participação no último momento, assim como o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, entre outros na região. A cientista política colombiana Sandra Borda considera que o pouco planejamento e “muita improvisação” na organização da cúpula por parte da Colômbia também desestimularam muitos governantes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, próximo a Petro, equilibrou a balança ao confirmar sua participação como um dos interlocutores mais importantes da região com a Europa. A cidade de Santa Marta, uma localidade turística pelo Caribe, declarou os dias 7 e 10 de novembro feriados devido à reunião de cúpula.
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Os analistas não esperam nenhum acordo significativo como resultado da cúpula, que terminará na segunda-feira com uma declaração conjunta, mas destacam que o encontro pode impulsionar o acordo comercial UE-Mercosul. Apesar de suas divergências em temas como a guerra na Ucrânia, que a Celac não condenou oficialmente, América Latina e Europa são aliados importantes no comércio.
*Com informações da AFP
FonteJovem Pan News









