Não precisa ser muito inteligente para saber que os ataques do governo americano às embarcações na Venezuela pouco têm a ver com o combate ao tráfico de drogas, até porque o país latino não está entre os maiores exportadores de cocaína ou fentanil para os EUA. Conforme abordado anteriormente nessa coluna, o ataque tem a ver com a criação de uma narrativa para justificar uma ação militar americana na Venezuela e forçar uma escalada do conflito para derrubar o regime de Nicolás Maduro.
É óbvio que qualquer pessoa que preze por liberdade e democracia torce pela queda do regime ditatorial de Maduro. Mas há reflexões a serem consideradas. Primeiro, por mais que a Venezuela seja uma ditadura, cabe aos EUA o papel de derrubar o regime? O país símbolo da democracia, do Estado de Direito e das liberdades individuais, pode atacar sumariamente embarcações, sem ser em legítima defesa, atirando para matar pessoas que mal temos ideia de quem sejam?
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É claro que muitos – inclusive no Brasil – vibram com a possibilidade de escalada militar americana para derrubar o ditador venezuelano. Entretanto, se a ação militar americana for demorada, o conflito pode gerar uma fuga de refugiados venezuelanos para o Brasil.
Atualmente, há inúmeros venezuelanos que fugiram para cá, sobrecarregando o sistema social e aumentando a criminalidade, principalmente em Roraima. Torcemos pela queda de Maduro, mas a depender de como ela será, o Brasil poderá pagar uma conta que não é nossa.
FonteJovem Pan News








