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‘Precisamos de retomada com presença plena do Estado’, diz secretário Victor Santos sobre operação no Rio

‘Precisamos de retomada com presença plena do Estado’, diz secretário Victor Santos sobre operação no Rio


Titular da Secretaria de Segurança do Rio defende integração entre governos e foco na estrutura financeira do crime após operação no Complexo do Alemão e da Penha

Reprodução/Youtube/3em1
Secretário de Segurança do Estado, Victor Santos

O  secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, Victor Santos, defendeu, em entrevista ao programa 3 em 1 da Jovem Pan, uma mudança de paradigma no enfrentamento ao crime organizado nas favelas. “A gente tem que fazer diferenciação entre ocupação e retomada. Ocupação não dá certo. Historicamente, no Rio, as ocupações se deram apenas com a Polícia Militar, e isso não funciona. A retomada é um passo maior, reconhecido inclusive pelo STF: ela exige integração entre município, estado e União”, afirmou o secretário, explicando que a entender a diferença entre ‘ocupação e retomada é central para compreender os próximos passos do governo fluminense.

A fala vem uma semana após a operação realizada nas comunidades do Complexo do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos e reacendeu o debate sobre a política de segurança pública.

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Santos destacou que 22% da população do Rio vive em favelas, número muito superior à média nacional de 8,1%, o que torna inviável uma estratégia baseada apenas em força policial. “O Estado não pode desenvolver projetos para a comunidade e levar o que acha melhor. Ele precisa ouvir quem mora lá. Cada favela tem uma necessidade específica. Estudos mostram que o maior sonho de quem vive em favela é ter habitação, e o primeiro passo da retomada deve ser a regularização fundiária, com títulos de propriedade.”

Victor Santos afirmou ainda que o Brasil precisa atualizar suas leis para acompanhar a evolução das organizações criminosas e garantir punições mais efetivas. “Não podemos dizer que algo é crime sem lei. A nossa legislação antiterrorismo, de 2016, não abrange as motivações que vemos hoje, como as milícias. No exterior, é impensável imaginar alguém armado cobrando taxa de acesso a um monumento turístico. Aqui, isso acontece em áreas dominadas pelo crime. Segurança pública é também defesa e soberania”, destacou.

Segundo ele, o Comando Vermelho já está presente em 25 estados brasileiros, perdendo apenas para o PCC em alcance. “Essa realidade precisa ser enfrentada com leis mais firmes e atualizadas”, completou, e acrescentou que a política de segurança pública do Rio mudou o foco, deixando de mirar apenas os criminosos individualmente para atacar a estrutura financeira das organizações. “Durante anos, o Rio olhou a criminalidade pelo olhar do criminoso. Hoje olhamos pelo olhar do negócio. O crime não pode ser atrativo. Se o negócio perde atratividade, os jovens deixam de enxergar isso como futuro”, explicou.

O secretário citou o exemplo do controle de serviços nas favelas, como internet, transporte e gás, como fontes de lucro para o crime organizado. “No Alemão e na Penha vivem cerca de 280 mil pessoas. Se metade delas paga R$ 100 de internet por mês, isso gera R$ 14 milhões. É muito mais lucrativo e menos arriscado do que vender drogas. Esse é o tipo de estrutura que precisamos desarticular.”

Segundo Santos, a recente operação nas duas comunidades teve como foco principal o cumprimento de mandados de busca e apreensão, com ênfase na coleta de dados digitais e financeiros. “O foco não é apenas prender lideranças. Buscamos mídias, sinais de Wi-Fi, arquivos em nuvem, informações mais valiosas do que o próprio líder. Atuamos com estratégia para reduzir o risco a moradores. Apenas quatro pessoas foram feridas, sem gravidade.”

O secretário também fez críticas à  relação entre o poder público e o jogo do bicho, citando o carnaval como exemplo: “Parece que o carnaval é um momento de anistia. Você vê autoridades e bicheiros juntos, como se fosse uma festa cultural. Não podemos admitir escolas de samba homenageando criminosos. O Rio vive uma crise moral há anos”, declarou.

A entrevista completa está disponível no 3 EM UM:





FonteJovem Pan News

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