O Exército dos Estados Unidos realizou nesta quarta-feira (29) um novo ataque contra uma embarcação no oceano Pacífico, que, segundo o governo americano, estaria envolvida no tráfico de drogas. A ofensiva resultou na morte de quatro pessoas, informou o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, em publicação no X (antigo Twitter). De acordo com Hegseth, a operação ocorreu em águas internacionais e faz parte da campanha militar antidrogas do governo do presidente Donald Trump. Com o novo ataque, sobe para 62 o número de mortos desde o início das ações.

Um vídeo divulgado pelo Pentágono mostra uma embarcação parada antes de ser atingida por uma explosão, seguida de um incêndio. Assim como em registros anteriores, partes das imagens foram borradas, o que impede a identificação dos tripulantes ou a confirmação de quantas pessoas estavam a bordo.

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“Essa embarcação, como todas as outras, era conhecida pela nossa inteligência por estar envolvida no contrabando ilícito de narcóticos, trafegava por uma rota conhecida de tráfico e transportava drogas”, declarou Hegseth. Apesar das alegações, Washington ainda não apresentou provas concretas de que os barcos atacados efetivamente transportavam drogas ou representavam ameaça aos Estados Unidos. O episódio ocorre um dia após bombardeios americanos matarem mais de uma dezena de pessoas em quatro embarcações no Pacífico Oriental, das quais apenas uma pessoa sobreviveu.

Os EUA solicitaram ao México apoio para resgatar o sobrevivente, mas a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quarta-feira que as buscas foram encerradas sem sucesso. Horas antes do anúncio americano, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou que as Forças Armadas do país interceptaram três aviões supostamente usados para o narcotráfico e destruíram dois acampamentos. Segundo Maduro, duas das aeronaves vieram “do norte” e uma foi detectada na segunda-feira (27).

“Temos uma lei de interceptação […] Pim, pum, pam! Dois aviões do narcotráfico. Para que respeitem a Venezuela […] Exercendo o quê? A soberania”, disse Maduro em ato oficial. A Força Armada venezuelana afirmou nas redes sociais que um dos aviões, procedente do Caribe, foi abatido no estado de Apure, na fronteira com a Colômbia.

Desde agosto, os Estados Unidos mobilizam navios de guerra no mar do Caribe sob a justificativa de combater cartéis de drogas. Caracas vê a movimentação como tentativa de desestabilizar o governo venezuelano, enquanto exibe operações próprias contra o narcotráfico. Segundo Washington, desde 2 de setembro foram destruídas 14 “narcolanchas”, com 57 mortos registrados antes do novo ataque.

Earlier today, at the direction of President Trump, the Department of War carried out a lethal kinetic strike on yet another narco-trafficking vessel operated by a Designated Terrorist Organization (DTO) in the Eastern Pacific.

This vessel, like all the others, was known by our… pic.twitter.com/mBOLA5RYQe

— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) October 29, 2025

*Com informações do Estadão Conteúdo