Quando ouvimos falar em medicina integrativa nos vem à cabeça vários tipos de terapias que podem ser aplicadas juntamente com o tratamento clínico usual, mas esse exercício vai além dessas aplicações. A proposta é simples e, ao mesmo tempo, poderosa: olhar o paciente como um todo: corpo, mente e hábitos, e não apenas tratar o sintoma isolado.
Para o Dr. Carlos Alberto Carvalho Morato, médico ortopedista e neurologista com experiência em dor e acupuntura, esse tipo de abordagem é um verdadeiro retorno às origens da medicina tradicional. “A medicina integrativa é uma tentativa de retorno aos princípios de tratar o paciente como um todo, ao contrário da superespecialização que acontece hoje. Atualmente, é preciso avaliar com detalhes dados como rotina, hábitos e queixas sobre determinado problema buscando a raiz do mesmo para aí sim, traçar um plano de tratamento que objetive a qualidade de vida”.
De acordo com estudos recentes da Harvard Medical School e da Organização Mundial da Saúde (OMS), terapias integrativas, como acupuntura, meditação e técnicas de respiração, quando associadas ao tratamento tradicional, podem reduzir em até 35% a intensidade das dores crônicas e melhorar o sono, o humor e o bem-estar geral.
Aplicação no combate à dor é mais frequente
Pesquisas publicadas no Journal of Integrative Medicine em 2024 mostraram que pacientes que combinaram fisioterapia, acupuntura e acompanhamento psicológico apresentaram melhora de até 40% no controle da dor, quando comparados aos que fizeram apenas tratamento medicamentoso.
Segundo o médico, a medicina integrativa ajuda a entender o que está por trás da dor, que muitas vezes tem relação com o estilo de vida, o estresse e até fatores emocionais. “Desde a inclusão da dor como quinto sinal vital, há uma preocupação em criar protocolos e processos para um tratamento mais completo”, afirma.
As queixas mais comuns, segundo o Dr. Morato, são cefaleias e dores articulares. E, nesses casos, o especialista reforça que o comprometimento do paciente é fundamental: “Não adianta inventar aparelhos e tratamentos caros se o paciente não pratica atividades físicas de maneira rotineira. O maior esforço sempre será do paciente e ele, mais que ninguém, precisa entender suas necessidades”.
Com o aumento do interesse, há quem veja a medicina integrativa como uma solução milagrosa, o que o médico faz questão de corrigir: “Acho que estão vendendo medicina integrativa como algum tipo de milagre e não é.
Quanto mais estudo, mais me convenço de que as práticas antigas são importantes”, fala Carlos. Para a Dra. Janifer Trizi, ginecologista e médica integrativa, a aplicação da chamada medicina integrativa vai além. “É preciso estudar o paciente e suas queixas à fundo para delimitar condutas, porém como o colega sabiamente afirmou, não existe mágica. Nosso corpo é uma estrutura que depende de pilares que são no mínimo, boa alimentação, prática de exercícios físicos e boa higiene do sono. Sem isso, não estaremos em nossa melhor performance e começaremos a apresentar problemas”.
A especialista atua mais com regulação hormonal e pratica a medicina integrativa utilizando-se de exames e outras abordagens terapêuticas em consultório. “Hoje não tem mais como separar a vida pessoal da profissional então eu digo aos meus pacientes que sou a médica corporativa deles. Meu intuito é promover longevidade e qualidade de vida, é claro, com acompanhamento médico e adoção de bons hábitos”. Dr. Morato ainda complementa: “na minha opinião, a força da medicina integrativa está no equilíbrio entre ciência e autocuidado, unindo tecnologia moderna e práticas tradicionais. Vivemos numa sociedade rápida, onde os resultados precisam acontecer de maneira igualmente rápida. Mas a natureza e os processos biológicos têm o seu próprio tempo”, conclui.
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Vídeo reportagem
Como repórter e curiosa, fui conhecer de perto uma consulta com a Dra. Janifer Trizi e ouvi a história de uma publicitária e mãe de três, que sofria com cansaço e irritabilidade, antes de conhecer e praticar a tal medicina integrativa. Olha só!
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
FonteJovem Pan News









