Dezesseis anos depois do acidente aéreo com o voo Rio−Paris, a Justiça francesa retomou o julgamento das responsabilidades pelo desastre que provocou a morte de 228 pessoas no Atlântico. O caso, ocorrido em 1º de junho de 2009, envolve acusações de falhas técnicas e omissões de treinamento.
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O Tribunal Correcional de Paris havia absolvido, em primeira instância, a Air France e a Airbus, que enfrentavam acusações de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A decisão, emitida em abril de 2023, reconheceu falhas das empresas. Contudo, não estabeleceu relação direta entre os acidentes durante o voo e a queda do Airbus A330. A Procuradoria-Geral da França contestou a sentença e recorreu.
Debate sobre causas da queda do voo Rio−Paris
Segundo o relatório oficial da BEA, órgão francês de investigação de acidentes aéreos, o desastre foi causado por múltiplos fatores, incluindo erro de pilotagem depois de uma sequência de falhas técnicas. O congelamento dos sensores de velocidade, não substituídos a tempo, resultou na perda de controle da aeronave.

A Airbus é acusada de não ter promovido a troca dos sensores e de não alertar sobre os riscos, enquanto a Air France responde por suposta deficiência no treinamento dos pilotos para esse tipo de pane.
Ambas as companhias rejeitam as acusações. Em nota, a Air France afirmou que “continuará a demonstrar que não cometeu nenhuma falta penal na origem desse acidente”. Representantes legais das empresas preferiram não se manifestar antes do início do novo julgamento.
Impactos emocionais e novas revelações
Logo depois do acidente, equipes localizaram apenas alguns corpos e destroços. Dois anos mais tarde, elas encontraram as caixas-pretas a 3,9 mil metros de profundidade. Ophélie Toulliou, irmã de uma das vítimas, relatou à Rádio França Internacional: “Estou exausta após 16 anos de processo, mas também satisfeita com o início de um segundo julgamento”.
O tribunal deve concluir o julgamento em 27 de novembro e pode aplicar multas de até € 225 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) a cada empresa. Apesar do valor simbólico, a maior parte das famílias das vítimas já recebeu indenização.
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Fonte:Revista Oeste









