A redução significativa do nível de água no Sistema Cantareira, que registrou 29,42% de sua capacidade nesta quarta-feira 24, acende o alerta para a Região Metropolitana de São Paulo, depois de meses com chuvas abaixo do esperado, segundo informações das agências responsáveis.
Com a chegada à faixa de restrição, a partir de 1º de outubro, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) poderá captar, no máximo, 23 metros cúbicos por segundo do Sistema Cantareira, 4 a menos em relação ao limite anterior de setembro, quando o sistema estava na faixa de alerta.
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Para amenizar a situação, a concessionária está autorizada a transferir até 10 metros cúbicos por segundo da água do reservatório Jaguari, na Bacia do Paraíba do Sul, para o Atibainha, dentro do limite global de 33 metros cúbicos por segundo, conforme determinações vigentes.
A Agência Nacional de Águas (ANA) e a SP Águas administram o Cantareira em conjunto, monitorando diariamente os níveis, as vazões e os estoques para embasar decisões operacionais e garantir o abastecimento da região.
Em nota, a ANA afirmou que “as agências ratificam a necessidade de adoção de medidas adicionais pela Sabesp, conforme comunicado da SP Águas à Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), e demais usuários, para preservar o volume de água nos reservatórios do sistema”.

Gestão integrada e histórico de segurança hídrica
A entrada na faixa de restrição segue critérios da Resolução Conjunta nº 925/2017, criada depois da crise hídrica de 2014 e 2015, que define limites de retirada de acordo com o volume acumulado, trazendo maior previsibilidade e segurança para a região e para as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
O Sistema Cantareira reúne cinco reservatórios interligados: Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro, com volume útil total de 981,56 bilhões de litros.
Desde 2018, há interligação entre Jaguari e Atibainha, ampliando a segurança hídrica para a Grande São Paulo.
Embora os reservatórios estejam em território paulista, o Cantareira é alimentado por águas de uma bacia sob gestão federal, envolvendo os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Por isso, ANA e SP Águas compartilham a gestão dos recursos hídricos do sistema.
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Além do Sistema Cantareira, a Região Metropolitana de São Paulo conta com outros seis sistemas de abastecimento: Guarapiranga, Rio Grande, Rio Claro, Alto Tietê, Alto Cotia e São Lourenço, que também enfrentam impacto das chuvas reduzidas nos últimos anos.
Nesta quarta-feira 24, o Sistema Integrado Metropolitano, que reúne todos os mananciais da Grande São Paulo, operava com 32,3% de sua capacidade, índice mais baixo para o período desde 2015, quando ocorreu a última grande crise hídrica na região.
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Fonte:Revista Oeste









