A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo trata a execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil dos Estado Ruy Ferraz Fontes como retaliação do Primeiro Comando da Capital (PCC). O assassinato ocorreu na noite desta segunda-feira, 15, em Praia Grande, no litoral paulista.
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De acordo com a SSP, Fontes foi alvo de disparos de fuzil enquanto dirigia um Fiat Argo. Ele tentou escapar dos criminosos, mas colidiu contra um ônibus. Nesse momento, três homens desceram de outro veículo e atiraram diversas vezes contra ele. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento da perseguição, a batida e os disparos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência confirmou a morte ainda no local.
O secretário-executivo da pasta, Osvaldo Nico Gonçalves, afirmou que a autoria do crime está ligada à facção. “Isso aí certamente foi vingança do PCC”, disse em entrevista ao portal Metrópoles. “Ele lutou muito contra a facção.”
Logo depois do atentado, a cúpula da Segurança Pública paulista se deslocou para a região. O atual delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, esteve em Praia Grande para acompanhar o caso. Paralelamente, a Polícia Militar mobilizou forças de elite. O comandante do Choque, Valmor Racorti, confirmou que “pelo menos cem homens de batalhões especializados estão sendo enviados para a região para fazer buscas contra os autores do atentado”.
Além do Choque, equipes da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar também foram destacadas para o litoral. As ações visam a reforçar o patrulhamento, ampliar bloqueios e operações de inteligência, além de buscar pistas que levem à identificação dos executores.
Histórico de ameaças do PCC contra Fontes
O Ministério Público de São Paulo já havia registrado ameaças do PCC contra Fontes em 2019, quando ele era delegado-geral da Polícia Civil. Na época, a facção teria decidido executá-lo em represália à transferência de seu líder, Marcos Herbas Camacho, o Marcola, para um presídio federal.
A relação conflituosa com o grupo vinha de longa data. No começo dos anos 2000, Fontes foi o primeiro delegado a investigar a estrutura e a expansão do PCC, enquanto comandava a Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais. Essa atuação o colocou como alvo prioritário da facção criminosa.
Fontes ingressou na Polícia Civil em 1988. Atuou em diferentes áreas, chefiou o Departamento de Polícia Judiciária da Capital e comandou a instituição de 2019 a 2022. Era considerado um dos principais conhecedores da organização criminosa que hoje é apontada como responsável por sua morte.
Além da carreira policial, ele se dedicou ao ensino por mais de uma década. Lecionou Criminologia e Direito Processual Penal em uma universidade e ministrou aulas de Investigação Policial na Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Atualmente, exercia o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande.
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Fonte:Revista Oeste









