O agronegócio do Estado de São Paulo alcançou um saldo positivo de quase US$ 15 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. As cifras vêm de exportações de US$ 18,62 bilhões e importações de US$ 3,86 bilhões.
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O desempenho ocorre no contexto do novo cenário internacional, depois de os Estados Unidos ampliarem tarifas sobre produtos brasileiros, a partir do mês passado. Mesmo diante das restrições impostas pelos EUA, o setor agrícola paulista se destacou ao manter forte superávit e ampliar vendas externas de itens estratégicos.
Dados do Instituto de Economia Agrícola mostram que, nesse período, o agronegócio foi responsável por 40,4% das exportações. Além disso, o setor alcançou 6,7% das importações totais do Estado. A informação é da Agência SP.
Crescimento puxado por café e carne em São Paulo
Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, “o crescimento foi alavancado pelo café e a carne, que demonstrando que a produção de São Paulo é diversificada e está preparada para possíveis períodos de instabilidade”.
“O Estado de São Paulo trabalha sempre com o compromisso de gerar oportunidades de crescimento para o produtor paulista”, afirmou. “O resultado do superávit da balança comercial é uma prova da seriedade da gestão.”
No detalhamento das exportações, cinco grupos lideraram as vendas externas do agronegócio paulista. O complexo sucroalcooleiro ficou em primeiro, com 29,3% de participação e US$ 5,45 bilhões, sendo açúcar responsável por 92,2% e etanol por 7,8% do valor. Carnes ocuparam a segunda posição, respondendo por 14,5% do total, equivalente a US$ 2,69 bilhões, com carne bovina representando 84,4% desse montante.
Produtos florestais foram o terceiro maior grupo, somando US$ 1,98 bilhão (10,7%), divididos entre celulose e papel. Em seguida, o complexo soja atingiu US$ 1,95 bilhão (10,5%), sendo 81% soja em grãos e 13% farelo. Os sucos, quase totalmente de laranja, corresponderam a 10,3% das exportações, com US$ 1,91 bilhão.
Na comparação com os mesmos meses de 2024, houve crescimento nas vendas externas de café (44,5%), carnes (27,8%) e sucos (7,8%). Contudo, houve quedas para o complexo sucroalcooleiro (-34,6%), produtos florestais (-3,2%) e complexo soja (-2,1%), o que reflete oscilações nos preços e volumes exportados.
Principais destinos e posição nacional
China, União Europeia e Estados Unidos continuam como principais destinos dos produtos agrícolas paulistas. O mercado chinês absorveu 24,3% das exportações, principalmente soja, carnes, açúcar e itens florestais. Já a União Europeia ficou com 14,3%, com prioridade a sucos, café, produtos florestais e outros vegetais. Por fim, os EUA compraram 13,4%, em sucos, carnes, produtos florestais, café e itens do complexo sucroalcooleiro.
“A produção de São Paulo é diversificada e temos destinos variados para nossos embarques”, disse Piai. “Essa característica torna São Paulo mais preparado para períodos de instabilidade internacional como o atual.”
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No cenário nacional, São Paulo se manteve como o segundo maior exportador do agronegócio, com 16,7% do total. O Estado fica atrás apenas de Mato Grosso (17,7%) e à frente de Minas Gerais (11,5%). Entre janeiro e agosto, as exportações brasileiras do setor somaram US$ 111,69 bilhões, com importações de US$ 13,49 bilhões, alta de 5,1%.
Medidas de apoio aos produtores paulistas
Para apoiar os produtores locais, o governo de São Paulo intensificou compras públicas de café por meio do Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social, com 8 toneladas adquiridas em 2025. A expectativa é de atingir R$ 1 milhão até dezembro, com produtos que abastecem hospitais, escolas, penitenciárias e órgãos públicos do Estado.
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Outras medidas de apoio incluem linhas especiais de crédito para exportadores, oferecidas pela Desenvolve SP, além da liberação de créditos de ICMS para reduzir custos financeiros de produtores e cooperativas. Há ainda esforços para ampliar mercados consumidores dos produtos paulistas.
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Fonte: Revista Oeste