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Europa está pronta para uma guerra com a Rússia?

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A recente violação do espaço aéreo da Polônia pela Rússia na última quarta-feira (10) elevou os temores de um conflito ampliado na Europa e renovou os questionamentos sobre a atual capacidade de países europeus em enfrentar diretamente o regime de Vladimir Putin e seu aliados.

A Polônia, que foi surpreendida pela incursão de drones russos nesta semana, é um dos países que mais têm disponibilizado recursos para lidar com uma hipotética guerra, visto que faz fronteira com o território ucraniano, alvo de uma longa invasão de Moscou, e com Belarus, cujo ditador, Alexander Lukashenko, é um aliado de Putin, tornando-se assim uma zona de perigo que pode entrar no radar do Kremlin.

Desde 2022, a Polônia e a Otan foram testadas em diferentes momentos com a ameaça russa pelo ar, apesar desta semana ter marcado o primeiro abatimento de equipamentos de Moscou por um país membro da aliança militar.

Como parte da mobilização da Otan para a defesa aérea da região, a chamada Air Policing Poland, forças operacionais da Alemanha, Itália, Holanda e Polônia intervieram para repelir a violação do espaço aéreo polonês.

Desde o início do ano, o governo polonês vem anunciando investimentos diversificados na segurança nacional. Em março, o país lançou um treinamento militar em larga escala para todos os homens adultos, com o objetivo de criar uma reserva “adequada a possíveis ameaças” e de ampliar o efetivo do Exército para 500 mil militares, incluindo reservistas, um aumento significativo nos cerca de 200 mil militares atuais.

A violação do espaço aéreo polonês pela Rússia gerou reações de aliados da Otan. A Alemanha, por exemplo, disse no mesmo dia da incursão que ampliará sua atividade de vigilância aérea no âmbito da presença da Otan no flanco oriental da Aliança Atlântica.

Stefan Kornelius, porta-voz do chanceler alemão, Friedrich Merz, declarou em comunicado que o governo alemão “prolongará e ampliará a vigilância aérea sobre a Polônia” em uma demonstração do “compromisso do país na fronteira oriental da Otan”.

Segundo o Ministério da Defesa alemão, “o número de aeronaves utilizadas nesta esquadrilha de alerta será duplicado para quatro aeronaves do tipo Eurofighter, incluindo as tripulações”.

Além desses meios aéreos, uma esquadrilha de alerta destacada na base aérea de Laage, no nordeste da Alemanha, ampliará sua missão até 31 de dezembro de 2025, embora inicialmente estivesse previsto que ela terminasse em 30 de setembro.

Otan precisa de maiores investimentos em defesa, avalia Rutte

Ainda na quarta-feira, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que a violação do espaço aéreo polonês por drones russos “não é um incidente isolado” e “está sendo analisada” detalhe por detalhe. A autoridade da aliança militar não afirmou que o episódio foi intencional por parte da Rússia.

A Polônia, porém, rejeitou a sugestão de que o episódio tenha sido fruto de um erro, como alegou a Rússia. “Também gostaríamos que o ataque de drones à Polônia fosse um erro. Mas não foi. E nós sabemos disso”, escreveu o premiê polonês, Donald Tusk, no X.

Moscou cruzou linhas vermelhas em diversas ocasiões desde a invasão à Ucrânia em 2022, sem que houvesse alguma resposta contundente de países europeus, reforçando a tese de que o ditador Putin leva muito a sério seu projeto imperial para além da Ucrânia. 

Nesta sexta-feira (12), Rússia e Belarus deram início a exercícios militares estratégicos em ambos os países, em meio a graves tensões com a Polônia e a Otan. “As ações práticas das tropas ocorrerão em campos de treinamento militar em Belarus e na Rússia, bem como nas águas dos mares Báltico e de Barents”, informou o Ministério da Defesa russo ao anunciar o início dos exercícios. A Polônia decidiu fechar suas fronteiras.

Rutte afirmou que os aliados da Otan “estão determinados a defender cada centímetro de seus territórios” e que estão monitorando de perto a situação ao longo do flanco oriental, “com as defesas aéreas continuamente preparadas”.

O secretário-geral da aliança militar ressaltou, contudo, que os países devem investir mais em defesa para garantir a segurança conjunta dos aliados. “Devemos investir mais em nossa defesa, aumentar a produção de defesa, para termos o que precisamos para nos dissuadir e nos defender, e devemos continuar a apoiar a Ucrânia, cuja segurança está intimamente ligada à nossa”, frisou, deixando claro que a Europa ainda não está totalmente preparada para um conflito direto com os russos.

Na opinião de analistas consultados pelo jornal The New York Times, movimentações simbólicas da Rússia como a violação no espaço aéreo polonês sinalizam que Putin está disposto a provocar e testar as defesas militares da Otan, ao mesmo tempo em que envia uma mensagem de força contra os países do continente.

Em contrapartida, os países europeus ainda não parecem preparados para encarar uma nova guerra, principalmente após o retorno de Donald Trump à Casa Branca, defendendo uma menor dependência militar dos Estados Unidos. A população europeia também já expressou desconfiança em relação aos seus exércitos.



FonteGazeta do Povo

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