A Nasa anunciou a descoberta de possíveis indícios de vida passada em Marte em uma amostra de rocha coletada pelo robô Perseverance no planeta.

“Esta descoberta do nosso incrível rover Perseverance é o mais perto que estivemos de descobrir vida antiga em Marte”, declarou Nicola Fox, administradora associada da Direção de Missões Científicas da Nasa, durante entrevista coletiva na quarta-feira (10).

“É uma espécie de sinal, uma espécie de sinal residual. Não é vida em si, e certamente poderia ter sido vida antiga. E isso teria sido algo que existiu há milhões de anos, nada que esteja presente lá”, acrescentou Fox.

O mais recente indício está presente em uma rocha chamada Cheyava Falls, que foi coletada pelo robô em 2024 em um antigo leito seco de um rio na cratera Jezero.

A descoberta da Nasa foi divulgada nesta quarta-feira, na revista Nature, e repercutida pela própria agência espacial americana durante a entrevista coletiva, da qual também participou seu administrador interino, Sean Duffy.

Durante a entrevista coletiva, cientistas da Nasa compartilharam uma série de imagens da possível descoberta, captadas pelo robô, que correspondem a nódulos minerais que podem ter se formado em processos químicos pré-bióticos ou microbianos, ambos relacionados à vida.

A cientista Katie Scott Morgan disse que a cratera Jezero foi escolhida para o rover pousar em 2021 “porque está localizada entre os terrenos mais antigos de Marte, em frente a algumas das rochas mais antigas de todo o sistema polar”.

Após vários anos descartando regiões da cratera, a atenção da missão se concentrou em um afloramento rochoso chamado Bright Angel, onde o robô encontrou uma rocha com texturas incomuns e descobriu os sinais mencionados de possível vida.

No entanto, a cientista esclareceu que a descoberta “requer mais trabalho e estudo”, por isso destacou a importância de trazer as amostras para a Terra para um estudo mais detalhado.

O pedido vai contra algumas decisões recentes do governo do presidente americano Donald Trump, que planeja reduzir o orçamento da Nasa e desistir de trazer para a Terra muitas amostras de missões espaciais.

No entanto, Fox concluiu que hoje os cientistas estão “um passo mais perto de responder a uma das perguntas mais profundas da humanidade: estamos realmente sozinhos no universo?”.