A secretária-geral da Presidência da Argentina, Karina Milei, irmã do presidente da República, votou por volta das 12h na eleição legislativa de Buenos Aires sob aplausos da militância. “Olé, olé, olé, chefe, chefe”, cantava o grupo de militantes que a seguiam. Sua zona eleitoral foi o colégio do Instituto Hispano Argentino Pedro Poveda, segundo reportagem do jornal La Nación.
Ainda de acordo com o jornal, um detalhe chamou a atenção dos eleitores: ao lado do nome de Karina Milei, nas listas fixadas na entrada, alguém havia escrito “3%”. O número, que faria menção ao percentual de propina que teria recebido, foi pintado de forma improvisada e se tornou rapidamente um assunto entre as pessoas que consultavam o registro de eleitores por fazer menção ao escândalo de corrupção no qual Karina estaria envolvida.
Até o meio da manhã, cerca de 70 pessoas já haviam votado, um número alinhado com o das outras seções do local. Ao sair da cabine de votação, Karina cumprimentou as três fiscais de mesa em um gesto protocolar. Ela só sorriu depois de colocar o envelope na urna.
Em seguida, buscou aliviar a pressão dos jornalistas, repetindo em várias ocasiões: “Eu não sou candidata a nada. Eu nunca falo”. Ela foi questionada sobre o escândalo de áudios e supostas propinas envolvendo a área de pessoas com deficiência, mas não se pronunciou.
Eleições cruciais
A província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina e com o maior número de eleitores, realiza neste domingo suas eleições legislativas de inusitada importância devido à disputa pelo poder entre o presidente Javier Milei e o peronismo, com as atenções voltadas para os pleitos nacionais de outubro.
Cerca de 14,3 milhões de cidadãos estão convocados a votar para eleger 46 deputados e 23 senadores do Legislativo provincial – metade das cadeiras de ambas as câmaras será renovada – e os membros dos conselhos deliberativos dos 135 municípios de Buenos Aires.
Toda eleição na província de Buenos Aires sempre atrai a atenção por seu peso demográfico e econômico, uma vez que a região concentra 38,6% da população do país e contribui com um terço do PIB argentino.
FonteGazeta do Povo