Uma grande ofensiva das forças de segurança atinge nesta quinta-feira, 28, oito Estados e mira 350 alvos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os endereços investigados, 42 estão concentrados na Avenida Brigadeiro Faria Lima, importante polo financeiro em São Paulo.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público, o grupo criminoso utilizava instituições financeiras e postos de combustíveis para lavar dinheiro obtido por meio do tráfico de drogas. As investigações sinalizam crimes como fraude fiscal, estelionato e manipulação na produção e venda de combustíveis adulterados.
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Em apenas um edifício na Faria Lima, as autoridades cumpriram 15 mandados de busca e apreensão. Computadores, documentos e materiais de empresas, corretoras e fundos, inclusive fintechs, foram recolhidos pelo efetivo policial.
A Reag Investimentos, uma das empresas que foram alvo da operação da PF, informou que está “colaborando integralmente com as autoridades” e que seguirá atualizando acionistas e o mercado sobre os desdobramentos.
Mandados e apreensões
Além dos mandados de busca, a Justiça ordenou prisões em Estados como São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O foco é desarticular a atuação do PCC no setor econômico.
A apuração revela que o esquema viabilizou a aquisição de mais de R$ 30 bilhões em ativos pelo PCC, incluindo ações de fintechs, propriedades rurais e postos de combustíveis. Apenas em São Paulo, a Receita Federal estima que R$ 7,6 bilhões não foram declarados, com indícios de sonegação fiscal em outros estados.
Estrutura da megaoperação e métodos do PCC
Participam da operação a Receita Federal, Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, além de outros órgãos estaduais, com apoio das polícias Militar e Civil locais.
A megaoperação une três frentes — Carbono Oculto, do Ministério Público, e Quasar e Tank, da Polícia Federal — para enfraquecer o PCC. A facção dominava toda a cadeia de combustíveis: da produção de cana à adulteração de gasolina com metanol. Os lucros eram aplicados em investimentos financeiros para ampliar a lavagem de dinheiro.
Consumidores eram prejudicados ao abastecer com combustível adulterado. Para sustentar o esquema, o grupo usava “laranjas” em fazendas, postos e fintechs. Uma dessas fintechs operava como banco paralelo, movimentando sozinha R$ 46 bilhões. Entre 2020 e 2024, os investigados importaram mais de R$ 10 bilhões em combustíveis.
Segundo a Receita Federal, postos recebiam dinheiro em espécie ou via cartões para transferir recursos à facção. Formuladoras, distribuidoras, lojas de conveniência e até padarias também integravam a rede de lavagem.
O Ministério Público afirma que o PCC atua em rede com outras organizações criminosas, mantendo vínculos permanentes ou eventuais para garantir a efetividade das atividades ilícitas, sobretudo pela inserção na economia formal, como no setor de combustíveis e no sistema financeiro.
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Fonte:Revista Oeste